SAHARA OCIDENTAL

ACTUALIDADES SEMANAIS 2006

original:frances

SEMANAS 17-18

23.04. - 06.05.06

 

RASD

12-23.04.06
O presidente do Parlamento da RASD, Mahfoud Ali Beiba, deslocou-se durante uma semana ao México onde manteve vários encontros com responsáveis políticos mexicanos. [SPS]

24.04.06
O primeiro-ministro Abdelkader Taleb Oumar recebeu a presidente do Conselho Regional da província italiana da Emilia-Romana, Monica Donini, que era acompanhada de uma delegação em visita à RASD. [SPS]

24.04.06
A Argélia assumiu a formação de pessoal vocacionado para o enquadramento de pessoas deficientes saharauis, declarou Djamel Ould Abbés, ministro argelino do Emprego e da Solidariedade nacional. [SPS]

25.04.06
Uma delegação da RASD participou em Nuaquechote numa reunião organizada pela União Africana e Mauritânia, destinada a abordar o financiamento do processo eleitoral neste último país. [SPS]

27-29.04.06
Uma importante delegação representativa da sociedade civil argelina visitou os acampamentos de refugiados saharauis para participar num encontro de fraternidade e solidariedade com o povo saharaui. A manifestação foi organizada pelo Comité nacional argelino de solidariedade com o povo saharaui. [SPS]

03.05.06
Uma delegação da União dos sindicatos britânicos (Trade Union Congress) liderada por Simon Steen, responsável das relações externas da organização, visita a RASD. [SPS]

03.05.06
O Presidente da República saharaui participa em Abuja na cimeira extraordinária da União Africana sobre doenças endémicas em África. [SPS]

04.05.06

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) desmentiu todas as alegações que Marrocos propagandeia desde há anos sobre alegadas "deportações", "maus tratos", "abusos sexuais", etc. de crianças e estudantes saharauis em Cuba. [Nota informativa]

06.05.2002 - 06.05.2006
Há 4 anos falecia Mohamed-Fadel Ismaïl ould Es-Sweyih, conhecido como Mohamed Fadel. É o momento de reler o seu texto, de 21.04.02:
Les Sahraouis n'accepteront jamais de vivre sous le drapeau marocain!. e outros escritos da sua autoria e, simultaneamente, lembrar que no dia 11 de Maio de 2002 os estudantes saharauis do Lieceu Hassan II em El Ayoun rebaptizaram a sua escola dando-lhe o nome de Mohamed Fadel Ismail.

TERRITÓRIOS OCUPADOS E SUL DE MARROCOS

22.04.06

É concedida uma amnistia real, no meio de grande rancor e confusão, a quatro dezenas de presos políticos saharauis, com o fito de acalmar a opinião pública, a contestação e facilitar a campanha do CORCAS, o Conselho real consultivo para os Assuntos do Sahara, a favor da autonomia. Os defensores dos direitos humanos Ali Salem Tamek, Sidi Sayeli e os 17 militantes ainda não condenados, entre os quais Brahim Dahane, que deveriam comparecer perante o tribunal no dia 25 de Abril, dele fazem parte, assim como ElKainan, cuja deportação abusiva da Prisão negra para Agadir a 21 de Maio de 2005 desencadeou os motins populares que estiveram na origem da intifada. O número exacto de presos políticos saharauis libertados não é conhecido, nem os critérios que estiveram na origem da escolha. Enquanto o palácio fala de 48 ou 46 amnistiados, os defensores dos direitos humanos referem 33 ou 38 libertações. [mais] [Comunicado conjunto AFAPREDESA y UJS, 23.04.06]

Como habitualmente, os presos foram recebidos à saída da prisão por manifestações populares, brutalmente reprimidas pela polícia. Presos libertados, amigos e seus familiares são objecto de agressões por parte das forças da polícia em El Ayoun e Bojador no momento da libertação dos detidos. [mais]

Vários presos políticos recentemente agraciados (fala-se de uma dúzia) foram de novo interrogados e agredidos, tanto em El Ayoun como em Bojador. Na recepção organizada em sua honra nesta última cidade, o ex-preso Takhlil Mohamed é torturado pelas forças da repressão marroquina e abandonado no deserto, a 50 km de Bojador. Várias outras pessoas foram feridas na sequência da intervenção policial. Um outro ex-preso, Bouamoud Mohamed, foi interrogado a 4 de Maio em El Ayoun.

Estima-se que, pelo menos, 14 presos de opinião continuem encarcerados em El Ayoun, onde são objecto de agressões no interior do cárcere. O número exacto de detidos noutras prisões não é conhecido com rigor.

Aït Melloul Hassan Abdelahi [Abdallah Ali Salem Mohammed Salem], preso em El Ayoun no dia 15 de Fevereiro, em greve da fome desde 27 de Março, foi hospitalizado em Agadir. Pede para ser reconhecido como preso de opinião e exige que seja realizado um inquérito sobre as torturas a que foi sujeito. [mais]

Um outro preso político da prisão de Inezgane (arredores de Agadir), Laatigue Ahmed, que não tem ainda 18 anos e cujo estado de saúde é grave, viu ser-lhe recusado tratamento hospitalar pela administração penitenciária.

25.04.06, El Ayoun

As famílias dos 15 desaparecidos em Dezembro de 2005, quando de uma tentativa de emigração, constituíram um comité e organizaram uma concentração para protestar contra o facto de não serem recebidos pelas autoridades. Após terem contactado os responsáveis administrativos e judiciais através de cartas e da apresentação de queixas, não obtiveram nenhuma resposta sobre a sorte dos seus familiares. As famílias afirmam possuir informações que asseguram que os seus jovens familiares estão detidos pelos serviços secretos marroquinos. É por esta razão que se concentraram na avenida Smara para reclamar a verdade sobre a sorte dos seus filhos e denunciar o facto de eles terem sido excluídos da amnistia de que beneficiaram os presos políticos saharauis. A intervenção das forças de polícia para dispersar a manifestação fez vários feridos. [mais]

27.04.06

Ali Salem Tamek e os seus amigos saídos da prisão recebem um acolhimento triunfal em Assa. [reportagem] [fotos]

Enquanto isso a situação agrava-se nos territórios ocupados e no sul de Marrocos. As manifestações prosseguem em Bojador, Smara, Dakhla, El Ayoun, Mhamid ElGhizlan assim como nas universidades marroquinas de Rabat, Marraquexe, Agadir. [mais] Fala-se de detenções em Smara, Dakhla e Assa. Os activistas saharauis são intensamente vigiados, perseguidos, as suas casas revistadas, os cybercafés controlados por uma comissão ad hoc. A população saharaui em geral é sujeita a controlos consecutivos, vexames, injúrias. Os alunos são afastados das escolas, os pais dos alunos colocados sob grande pressão, em particular em Bojador, onde os estudantes se têm revelado muito activos. Esta situação ilustra os avisos do presidente do CORCAS, Khali Henna ould Rachid, que passa da cenoura ao bastão: durante os últimos encontros que manteve com notáveis do território para propagandear o projecto de autonomia, declarou que "mais nenhuma manifestação será tolerada", "reprimiremos muito forte e por todos os meios", e "mais nenhuma amnistia será concedida." Em reacção a esta situação, panfletos contra o presidente do CORCAS foram distribuídos em Smara no dia 1 de Maio. [sobre a situação no território ler reportagens. [ Ouest France : "Chez les résistants oubliés du Sahara occidental", 02.05.06] ["Les enfants sont les premières victimes de la répression", Le Soir d'Algérie, 02.05.06] [Cuidado con el Sáhara, Josep Saurí, El Periodico, 05.05.06]

O secretário-geral da Frente Polisario, em carta a Kofi Annan com data de 27 de Abril, resume os acontecimentos dos últimos dias e pede a intervenção do secretário-geral da ONU. [SPS texto completo]

26.04.06
m entrevista ao diário argelino Liberté, Ali Salem Tamek declara que «a nossa libertação é fruto da mobilização e das pressões exercidas sobre Marrocos. Não cometemos nenhum crime nem roubámos nada a ninguém, e também nunca pedimos nenhuma amnistia. A nossa posição é clara: queremos um referendo de autodeterminação do povo saharaui e a criação de um Estado saharaui independente.» «Continuamos decididos a recuperar a nossa independência... As perspectivas são sombrias, incertas … mas a luta do nosso povo prossegue... A Frente Polisario tem que tomar uma posição rápida e clara … por princípio sou contra a guerra, mas aqui toda a gente está convencida que o regresso à luta armada é uma necessidade para conquistar a independência.» ["Le pouvoir marocain a tout essayé, mais notre combat ne s'est pas arrêté", Hafida Ameyar, Liberté, Alger, 26.04.06]

01.05.06 Goulimine
A sindicalista Khadija Moutik, secretária regional da UMT, é agredida e sequestrada por agentes da polícia quando se dirigia para a manifestação do Primeiro de Maio. É levada à força para o hospital, onde as autoridades pedem aos médicos que atestem que a sindicalista apresentava distúrbios psíquicos, ao que estes recusaram. Khadija iniciou então uma greve da fome e reclamou a intervenção do procurador para esclarecimento dos factos. Apresenta ferimentos múltiplos e uma fractura do punho e de um pé. Khadija Moutik é conhecida pelo seu empenhamento a favor dos direitos dos trabalhadores saharauis e pela sua posição favorável à autodeterminação, não sendo a primeira vez que é vítima de agressões policiais. A 4 de Maio pode finalmente sair do hospital e apresenta queixa contra os polícias que a sequestraram e agrediram. [SPS 04.05.06]

RECURSOS NATURAIS

Os fosfatos do Sahara Ocidental são vendidos ilegalmente por Marrocos em todo o mundo.
Western Sahara Resource Watch, grupo de ONGs que segue de perto a exploração ilegal dos recursos naturais do Sahara Ocidental, localizou algumas dessas transacções:

2004: O México importou 44 700 toneladas de fosfatos de El Ayoun.
Novembro de 2005: O cargueiro Liparit, ostentando pavilhão turco, proveniente de El Ayoun, descarregou a sua carga em Varna, Bulgária.
Fevereiro de 2006: o barco Explorer II (IMO número 8025161) com pavilhão maltês, transportou 15 600 toneladas de fosfatos naturais de El Ayoun para Baranquilla, na Colômbia.
Março de 2006: o cargueiro Moorgate, de pavilhão libanês, da companhia britânica Zodiac Maritime (?), atraca no porto de Quatzacoalcos, México. Descarrega 29 600 toneladass de fosfato natural proveniente de El Ayoun.
Março de 2006: o barco grego Popi S, pavilhão maltês, parte de El Ayoun a 23 de Março e chega aos EUA a 10 de Abril com um carregamento de fertilizantes.
Abril de 2006: O navio Bulk Saturn chega ao porto de Tauranga, Nova Zelândia, carregado de fertilizantes oriundos de El Ayoun.
Maio de 2006: o navio Doric Spirit chega ao porto de Tauranga, Nova Zelândia, com fertilizantes provenientes de El Ayoun.
Maio de 2006: exportação alemã de fosfatos do Sahara Ocidental para a Venezuela pela companhia Wilhelm Hansen Ltd.

Areia
A praia artificial da Calheta, na ilha portuguesa da Madeira, recebeu em 2005 um importante carregamento de areia proveniente de El Ayoun. O transporte foi efectuado pelo barco "Seisbulk" (IMO número 9267390), gerido pela empresa espanhola Arabella Enterprises Corp, sob pavilhão panamiano, que realizou pelo menos 3 viagens o ano passado entre a capital do Sahara Ocidental ocupado e a Madeira.

02.05.06, Petróleo
A companhia americana Kerr-McGee anunciou que não renovará o seu contrato de exploração petrolífera no Sahara Ocidental, que expirou no dia 30 de Abril. Segundo um comunicado da empresa, a presença de hidrocarburantes não é garantida na região. [
dossiê]

O governo saharaui felicitou-se com esta decisão e pediu a todos os governos e empresas que renunciem à exploração das riquezas naturais do Sahara Ocidental. Pediu à companhia americana Kerr-McGee que lhe remeta uma cópia do balanço das suas actividades de prospecção petrolífera no território. [Press Release SADR] [Upstream Online, 02.05.06] [Libertad Digital, 03.05.06]

03.05.06 Acordos de pesca UE- Marrocos
Foram rejeitadas as duas emendas propostas pelos Verdes/ALE ao relatório Varela relativo aos acordos de pesca UE-Marrocos, em discussão na Comissão de Pesca. As emendas excluíam taxativamente dos acordos as águas territoriais do Sahara Ocidental. O relatório será apresentado ao Parlamento europeu a 15 de Maio. [
comunicado de imprensa WSRW 04.05.06] [avis juridique du réseau international de juristes Sherpa , versão PDF] [outros documentos em Fishelsewhere]

REFERENDO

Depois do relatório do Secretário-Geral &endash; antes das deliberações do Conselho de Segurança

21.04.06
Os senadores americanos Edward Kennedy e Jim Inhofe enviaram uma carta a Condoleezza Rice, Secretária de Estado, onde exprimem as suas preocupações quanto à situação de bloqueio do processo de paz no Sahara Ocidental. Pronunciam-se a favor do direito à autodeterminação do povo saharaui e afirmam que a MINURSO deve assegurar a defesa do povo saharaui e fazer respeitar os seus direitos. [SPS]

22.04.06, Espanha
O ministro dos Negócios Estrangeiros Moratinos exprimiu a sua satisfação a respeito das propostas do Secretário-geral da ONU no seu último relatório, o qual "faz suas as propostas defendidas pela Espanha desde há dois anos".

23.04.06, Declaração
Em entrevista ao diário argelino de língua árabe, Al Khabar, o presidente saharaui declara que "Kofi Annan conduz a ONU para a derrota e a abdicação". Qualifica o último relatório do Secretário-geral de "complot contra a causa saharaui", de "trabalho irresponsável", de "grave erro", de "mascarada hipócrita", de "negação do referendo de autodeterminação do povo saharaui". "Se os meios pacíficos não nos concedem os nossos direitos, seremos obrigados a defendê-los legalmente pelo combate armado", advertiu. "O nosso país trabalha com a ONU e o seu Secretário-geral no quadro do direito internacional" (...) "É a força do direito que deve primar e não a da França ou de outros", concluiu Mohamed Abdelaziz. [SPS] [
El Moudjahid]

23.04.06, Rabat

"A única solução possível da questão do Sahara passa por uma mudança de atitude da Argélia, de maneira a chegar-se a uma solução definitiva " deste dossiê, afirmou o ministro marroquino da Comunicação, porta-voz do governo, Nabil Benabdellah. [MAP]

24.04.06, Argel
O ministro argelino dos Negócios Estrangeiros, Mohammed Bedjaoui, declarou ao Secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que o seu último relatório sobre o Sahara Ocidental comportava "insuficiências" que arriscavam a conduzir a uma "grande deriva" no que respeita à legalidade internacional. "Com efeito, todas as resoluções das Nações Unidas sublinharam o apego ao princípio da autodeterminação do povo do Sahara Ocidental. Foi aliás com base neste legalidade internacional que o Plano de resolução da ONU e o plano Baker foram adoptados", acrescentou M. Bedjaoui. [SPS]

24.04.06
O representante da Frente Polisario na ONU, Boukhari Ahmed, dirigiu uma carta ao presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Igual iniciativa teve o embaixador da Argélia junto da ONU, Youcef Yousfi, em relação ao Secretário-geral da ONU.

25.04.06
O Senado espanhol adoptou por unanimidade uma moção que pede ao governo que defenda a autodeterminação do Sahara através de um referendo, bem como os direitos humanos da população saharaui nos territórios ocupados do Sahara Ocidental. [
agencia]

Conselho de Segurança

28.04.06, Resolução S/RES/1675 (2006) (fr, engl, esp, arabe)
Numa resolução qualificada como "técnica", que prolonga por seis meses o mandato da MINURSO, o Conselho pronunciou-se por uma "solução política justa, duradoura e mutuamente aceite", que permita a "autodeterminação do povo do Sahara Ocidental" no quadro de acordos "conformes com os objectivos e princípios enunciados na Carta das Nações Unidas".

Nas suas explicações de voto, alguns membros do Conselho fizeram declarações interessantes. Foi o caso do embaixador americano Bolton que lançou um apelo "urgente" às partes para que desenvolvam os esforços necessários a fim de se chegar a uma solução de um conflito que já subsiste há demasiado tempo. "A continuação do conflito coloca em perigo a estabilidade da região", afirmou, encorajando Marrocos "a colocar em cima da mesa propostas credíveis e vigorosas que garantam a adesão da Polisario." O representante do Reino Unido pronunciou-se no mesmo sentido. Tal como todos os outros membros à excepção da França, mostrou preocupação pela deterioração da situação dos direitos do homem no Sahara Ocidental e manifestou esperança de que a missão do Alto Comissário para os Direitos Humanos (à qual Marrocos se opôs por diversas vezes) possa enfim ter lugar. [communiqué Conseil de sécurité, 28.04.06]

28.04.06, Declarações
Pela voz do coordenador com a MINURSO, M'Hamed Khaddad, a Frente POLISARIO exprimiu a "sua satisfação pela inteligência do Conselho [de Segurança] que recusou subscrever a deriva que preconizava o relatório [de Kofi Annan]. "As violações dos direitos do homem... nas zonas ocupadas do Sahara Ocidental centraram a atenção dos membros do Conselho, que defenderam uma maior implicação das Nações Unidas para proteger as populações saharauis indefesas", declarou M. Khadad. Deplorou contudo que "a França se tenha oposto de forma categórica a qualquer menção desta questão na resolução final mostrando, uma vez mais, o seu cego alinhamento com as teses colonialistas marroquinas". [
declaração]

"Estamos dispostos a negociar com Marrocos mas unicamente sobre questões técnicas, para aplicar integralmente o plano Baker ou o plano de resolução da ONU de 1991", declarou Mohamed Abdelaziz num briefing à imprensa na sede da presidência da RASD, ao exprimir a sua satisfação após a votação do Conselho de Segurança. [Ver também as análises publicadas na imprensa argelina e espanhola [Sahara-Info No 4490 e seguintes] [Synthèse par SPS le 30.04.06] assim como as análises incluídas na rubrica Opinião na ARSO]

28.04.06, Reacções
A Argélia exprimiu a sua "satisfação" após a adopção da resolução, a qual "se inscreve na linha de posições anteriores da ONU", sublinhou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros. [SPS]

A Espanha acolheu positivamente a resolução. Marrocos também felicitou a adopção da resolução 1675, que «reitera os apelos do Conselho de Segurança, lançados desde há dois anos às parte e aos Estados da região, para continuar a cooperar plenamente com a ONU, pôr fim ao impasse actual e progredir para uma solução política». [AP]

02.05.06, Marrocos-EUA-Espanha
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Sean McCormack, declarou após um encontro do ministro marroquino dos Negócios Estrangeiros com Condoleeza Rice: «sei que o governo marroquino falou de certas propostas ... mas os EUA dão todo o seu apoio aos esforços das Nações Unidas que trabalham no sentido de encontrar uma solução equilibrada e aceite por todas as partes ... ».

O périplo do CORCAS
As autoridades americanas, ao contrário das espanholas e francesas (que hesitam ainda), recusaram receber o presidente do CORCAS. Este prossegue o seu périplo diplomático (em França encontra-se a 5 de Maio com Saharauis pro-marroquinos, com o Partido Socialista e os Verdes, antes de se deslocar a Madrid, onde será recebido a 8 de Maio no ministério dos Negócios Estrangeiros, por responsáveis do Partido Socialista e, no dia seguinte, por membros da Comissão dos Negócios Estrangeiros do Parlamento).

A Coordenação das associações solidárias com o povo saharaui de Espanha (coordinadora estatal de asociaciones solidarias con el Sáhara, CEAS-SÁHARA) protestou através de uma declaração contra esta visita e denunciou a longa "carreira" do presidente do CORCAS, Khali Henna ould Rachid, em tempos ao serviço da Espanha franquista e agora ao serviço de Marrocos. [Un viejo conocido llama a la puerta, 05.05.06]

DIREITOS HUMANOS

24.04.06
A representação da Frente POLISARIO para a Suíça e as Nações Unidas protesta contra a candidatura de Marrocos ao Conselho dos Direitos do Homem das Nações Unidas, a qual não preenche os critérios exigidos. [
declaração]

25.04.06, Parlamento Europeu
Em resposta às perguntas colocadas por Raül Romeva i Rueda (Verdes/ALE), Karin Scheele (PSE), Carlos Carnero González (PSE) e Iratxe García Pérez (PSE) relativamente à sorte de dois activistas saharauis dos direitos humanos, El Mami Amar Salem e Salek Bazeid, a senhora Ferrero-Waldner escreve que a Comissão está ao corrente da situação e que havia desencadeado diversas iniciativas junto das autoridades marroquinas. O Conselho tinha respondido de maneira idêntica a 10 de Abril ao deputado Willy Meier Pleite (Verdes/ALE), que perguntava que acções ia tomar o Conselho após a morte de Lembarki Hamdi Salek, assassinado pela polícia no Sahara Ocidental.

27.04.06, Parlamento Europeu
A «delegação ad hoc para o Sahara Ocidental» do Parlamento europeu foi mandatada para organizar visitas a Marrocos, ao Sahara Ocidental e à Argélia. Marrocos não participou em nenhuma das oito reuniões da delegação e a visita prevista para se realizar entre 23 e 27 de Março foi anulada [
Le Journal Hebdo, 27.04.05]

25.04.-01.05.06, Aminatou Haidar na Suécia
Convidada pela Amnesty international, pela Associação para as Nações Unidas e pelos comités de apoio ao povo e às mulheres saharauis, Aminatou Haidar visitou Estocolmo, onde se encontrou com o presidente do Parlamento, responsáveis de partidos políticos e de diversas ONG. A militante saharaui pediu-lhes que reforçassem os seus esforços para pôr fim à brutal ocupação marroquina do seu país. Afirmou que o acordo de pesca UE-Marrocos não irá beneficiar a população saharaui. Aminatou Haidar concedeu entrevistas a vários jornais e à rádio nacional. [
Press Release] [Fotos]

03.05.06, Aminatou Haidar em Espanha
A CEAR, Comissão espanhola de ajuda aos refugiados, convidou Aminatou Haidar a visitar Espanha. Iniciado nas Canárias, o périplo conduzi-la-á às regiões autónomas da Catalunha, País Basco, Andaluzia, Estremadura, Valência e Madrid.

À sua chegada às Canárias, a militante saharaui dos direitos humanos declarou, em conferência de Imprensa, que "qualquer solução que não garanta ao povo saharaui o seu direito inalienável e legitimo à autodeterminação é totalmente inaceitável". Deplorou as "posições dos governos francês e espanhol" que constituem o "obstáculo" que impede a organização do referendo de autodeterminação no Sahara Ocidental. Qualificou a posição oficial espanhola de "muito ambígua, em oposição à atitude nobre do povo espanhol que se mostrou sempre solidário com a causa saharaui". Salientou que a revolta popular nos territórios ocupados é uma consequência da intransigência de Marrocos. A activista saharaui concedeu muitas entrevistas e interveio em duas conferências em Las Palmas. Será recebida no aeroporto de Madrid-Barajas no Sábado 6 de Maio.

V Prémio Juan María Bandrés de Defesa do Direito de Asilo e Solidariedade com os Refugiados.

A 8 de Maio Aminatou Haidar receberá em Madrid o 5.º Prémio Juan Maria Bandres para a Defesa do Direito de Asilo e Solidariedade com os Refugiados, que lhe foi atribuído no final do ano passado pela CEAR, em reconhecimento do seu "envolvimento exemplar a favor da luta do povo saharaui pelo seu direito legítimo de decidir livremente o seu destino".[SPS] 

EM BREVE

Madrid
Acto de entrega del Vmo Premio Juan María Bandrés a la Defensa del Derecho de Asilo y a la Solidaridad con los Refugiados, concedido por la Comisión Española de Ayuda al Refugiado (CEAR) y por la Fundación CEAR a Aminetu Haidar, la emblemática defensora saharaui de los derechos humanos 
Madrid, lunes 8 de mayo de 2006, a partir de las 19,00 horas
Lugar: auditorio de la usmr de comisiones obreras - c/ lope de vega, 40 
En la ceremonia, que presentará la actriz Irene Visedo, también participarán destacados artistas e intelectuales comprometidos con la causa del pueblo saharaui, cuya tragedia dura ya más de treinta años.

Valencia
Jornadas sobre España y el Norte de África: vecinda- des problemáticas
Lugar: Aula Joaquín Tomás Villarroya (Facultad de Derecho de la Universidad de Valencia, Planta 1a, Campus de los Naranjos). Fechas: Martes 16 y miércoles 17 de mayo de 2006, de 16.30 a 21.00 h.
Participan: Ahmed Bujari: El Sáhara Occidental, los obstáculos para su efectiva autode-terminación, y el papel de la ONU / Raquel Ojeda Garcia: La democratización de Marruecos: avances, carencias, y perspectivas / Carlos Ruiz Miguel: Ceuta y Melilla: ¿ciudades sitiadas? / Rubén Martínez Dalmau: Los países del Magreb: entre el aperturismo, el autoritarismo, y el islamismo / Joan Lacom-ba: La inmigración desde el norte de África: problemas políticos y humanitarios / Manuel Torres Soriano: La amenaza del integrismo islámico en España
Información e inscripciones: Departamento de Derecho Constitucional y Ciencia Política. Facultad de Derecho. Planta 1. Campus de los Naranjos s/n. Tel.: 96 382 8120. Fax: 96 382 8119.
www.uv.es/dretconstcpa
Organiza: Dpto. de Derecho Constitucional y Ciencia Política Universitat de Valencia

Paris
Commémorations du 30ème anniversaire de la proclamation de la RASD, de l'anniversaire de la création du Front Polisario et du soulèvement populaire dans les territoires occupés du Sahara Occidental: samedi 20 mai 2006 à 10 heures au Lucernaire, 53 rue Notre Dame des Champs, 75006 Paris, métro: Notre Dame des Champs. Org: F.POLISARIO, AFAPREDESA, Association des familles des prisonniers et disparus sahraouis, Association des travailleurs sahraouis en France, Association des Amis de la RASD, AFASPA, Association Française d'Amitié et de Solidarité avec les peuples d'Afrique, CORELSO, Comité pour le Respect des libertés et des droits humains au Sahara Occidental, Comité algérien de solidarité avec le peuple sahraoui. Information et contact : tel. 0670312497 / 0681324855 - courriels : bur.aarasd@wanadoo.fr / corelso@yahoo.fr

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- Die UNO gibt die Westsahara auf, Kofi Annan legt heute im Sicherheitsrat einen Bericht vor. Künftig soll direkt mit Marokko verhandelt werden, Reiner Wandler, taz vom 25.4.2006.

- Marokko hält Kurs, Rabat will rohstoffreiche Region kontrollieren, Von Alfred Hackensberger, Tanger , Neues Deutschland, 27.04.06.

- Waffenstillstand ist kein Selbstzweck, Interview mit Kahlil Sid M'hamed, Martin Ling, Neues Deutschland, 27.04.06. http://www.nd-online.de/artikel.asp?AID=89516&IDC=2

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