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CICV: Visita presos marroquinos (13.05.98)
Cinco delegados do Comité Internacional da Cruz Vermelha
(CICV), entre os quais um médico, visitaram, entre 26 de
Abril e 2 de Maio, 649 prisioneiros marroquinos dos mais de 1800
detidos que a Frente Polisario detém em seu poder, na
região de Tinduf. A delegação avistou-se
igualmente com os 84 presos libertados em Abril do ano passado, por
altura da visita de James Baker, mas que, até agora,
continuam a esperar que Marrocos autorize o seu repatriamento. Todos
os presos visitados puderam enviar, através dos canais da
Cruz Vermelha, mensagens e fotografias para os seus familiares. A
Frente Polisario mostrou-se disponível e empenhada em
autorizar o CICV a repatriar os prisioneiros cujo estado de
saúde possa ser julgado precupante pelo médico que
integrou a missão.
05.06.98
Bloqueio marroquino
A deslocação de 15 militares suecos peritos em
desminagem que integram o contingente da MINURSO foi ratardada
devido à exigência de Marrocos em pretender controlar o
armamento desta força da ONU, anunciou o ministério de
Defesa sueco. «Nunca fomos sujeitos a uma tal exigência
(...) O nosso armamento é composto por explosivos destinados
a neutralizar terrenos pejados de minas, assim como algumas pistolas
para defesa dos militares que trabalham na desminagem», referiu
um oficial sueco.
05.06.98
Balanço da identificação
Pessoas convocadas desde Dezembro de 1997: 93.682
Pessoas identificadas desde Dezembro de 1997: 64.200
Pessoas identificadas desde Agosto de 1994: 124.312
08-10.06.98
34.ª Cimeira da OUA, em Ouagadougou
Preparada desde longa data, a tentativa marroquina de excluir a
República Saharaui da Organização de Unidade
Africana (OUA) fracassou. Desde h muitos anos que o regime
marroquino vem trabalhando com esse objectivo. As visitas de alguns
Chefes de Estado africanos a Rabat sucederam-se. A todos as
autoridades marroquinas prometeu iniciativas para minorar as crises
que, quase invariavelmente, todos se debatem. Alguns governos
anunciaram a retirada do reconhecimento oficial dos seus
países à RASD, na maior parte dos casos após
terem recebido interessantes ajudas económicas. Desde h meses
que as declarações oficiais dos dirigentes e da
imprensa marroquinos davam conta da vontade de Marrocos em retornar
à OUA, mas apenas em detrimento da presença da RASD na
organização panafricana. O Chefe de Estado do
Burkina Faso, em sintonia absoluta com as pretensões de
Marrocos, e na qualidade de presidente da Cimeira, provocou um
debate apaixonado sobre a questão da exclusão da RASD
na tarde do passado dia 9 de Junho, sem que o tema estivesse
inscrito na ordem de trabalhos. A Guiné Conakry, com o apoio
do Gabão, S. Tomé e Príncipe, Benin,
Guiné-Bissau e do Congo tentaram fazer prevalecer as
posições de Marrocos. A maioria dos Chefes de Estado e
das delegações defenderam a Carta da OUA e os
princípios que constituem os fundamentos da unidade
africana. Os intervenientes sublinharam, alis, que é
Marrocos quem procura por todos os meios desviar a
atenção da Comunidade Internacional dos obstculos que
sistematicamente coloca à aplicação dos acordos
de Houston e ao plano de paz conjunto ONU-OUA para o Sahara
Ocidental. Uma proposta do Senegal no sentido de suspender a
participação da RASD até à
realização do referendo foi rejeitada. Os Chefes de
Estado, seguindo uma proposta sul-africana, encarregaram os seus
ministros de Negócios Estrangeiros de analisar a
questão a quando da sua próxima reunião, em
Fevereiro do próximo ano. «Em Ouagadougou, a
África rejeitou categoricamente os desígnios coloniais
do Reino de Marrocos», declarou o governo saharaui no termo da
Cimeira (comunicado do Ministério da
Informação da RASD).
à margem da Cimeira, eles disseram:
Abdellatif Filali, chefe da diplomacia marroquina: «Pensamos que a exclusão dessa gente (a RASD) da OUA por altura da próxima cimeira é, a partir de agora, uma necessidade» (AFP, 27.05.98).
Salem ould Salek, ministro dos Negócios Estrangeiros da RASD: «Queremos que Marrocos retome de novo, sem condições, o seu lugar na OUA, ao lado da RASD. Não compreendemos por que razão Marrocos negoceia connosco, senta-se connosco fora do continente e não deseja fazê-lo no interior da OUA» (AFP, 05.06.98).
Hassan II aos órgãos de Comunicação Social do Burkina Faso: «Conto regressar (à lOUA)». (...) Lembrem-se que se eu dialogo com eles (os Saharauis) não é para lhes dar o Sahara. Mas sim para os convencer de que integrem Marrocos». (07.06.98)
Mohamed Abdelaziz, Presidente saharaui: «Estou pronto a encontrar-me pessoalmente com o rei de Marrocos antes do referendo, se as Nações Unidas considerarem que isso pode acelerar os preparativos da consulta» (El Mundo, Madrid, 13.06.98 )
SOLIDARIEDADE
Sabadell, Catalunha, 06.06.98: Inauguração de
uma exposição sobre os aspectos históricos e
etnológicos da causa saharaui, em simultâneo com a
apresentação dos projectos de ajuda humanitria levados
a cabo por esta cidade durante o ano de 1997.
Valência, Espanha, 06.06.98: Por ocasião de uma
manifestação integrada na jornada de solidariedade com
os desaparecidos saharauis, foram acesas 526 velas, uma por cada
cidadão saharaui desaparecido. No mesmo dia foi fundada uma
associação de solidariedade com a AFAPREDESA, que
integra representantes das ilhas Baleares, da Cantbria e de
Valência.
Andaluzia: Conferências, exposições e
colóquios em Mlaga e em Granada, organizados pelo Instituto
Andaluz da Mulher. Estas iniciativas contaram com a
participação da representante em Espanha da
União Nacional das Mulheres Saharauis, Sara Ramdan.
Rimini, Itlia: No quadro da campanha de apoio ao referendo, a
autarquia de Rimini, a central sindical CGIL e a
Associação Hammada de Apoio ao Povo Saharaui
organizaram um concerto com o grupo argelino "Urban Raï". Um
novo vídeo - "Viaggio tra le genti del deserto" - T-shirts e
sacos decorativos foram postos à venda para
angariação de fundos. (para mais
informações e encomendas de material contactar
Pleoni@rimini.com,
preço: 25 000 liras it./p. = 13 Euros + despesas de correio)
EM BREVE
Festa Popoli, IX edizione, 6, 7 de Julho de 1998, Centro Residenziale Università della Calabria, Cosenza. Importante evento de solidariedade com o povo saharui, que contar com a participação de Umberto Romano, autor de um livro e de um filme sobre a causa saharaui Informações: ARCI Cosenza, 0984 839424 ou roro@mediterranea-net.it.