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07.03.98
Repatriamento
Mais de sessenta representantes de associações e ONG
empenhadas em projectos de ajuda sanitária aos refugiados
saharauis e uma importante delegação saharaui conduzida
pelo ministro da Saúde, Bachir Mustapha Sayed, participaram
numa jornada de trabalho em Vitoria-Gasteiz, no País Basco. O
grupo concebeu e adoptou um plano de repatriamento, à luz do
espírito e do texto dos acordos de Houston, que
permitirá o retorno dos refugiados saharauis no respeito da
sua vontade, dignidade e segurança. O projecto foi enviado ao
Alto Comissariado dos Refugiados, da ONU, solicitando que a
organização o venha a adoptar, aportando-lhe outras
contribuições positivas.
08.03.98
Marrocos: «desaparecidos»
Mães e mulheres de cerca de sessenta desaparecidos entre 1963
e 1995 concentraram-se na sede da organização
marroquina dos Direitos Humanos reclamando dos poderes
públicos que resolvam definitivamente este doloroso problema.
09.03.98
Entrevista do novo líder do Istiqlal Abbas el Fassi, novo
líder do partido Istiqlal, ao jornal «Vanguardia» de
Barcelona: «Marrocos aceitou a resolução
internacional para a organização de um referendo de
autodeterminação, mas existe um princípio ainda
mais importante: o direito à integridade territorial».
09.03.98
Dunbar na Mauritânia
O novo representante especial da ONU, o embaixador norte-americano
Charles Dunbar, teve um encontro com o Presidente da
Mauritânia, Maouya Ould Sidi Ahmed Taya. Durante a sua estadia
naquele país, Charles Dunbar visitou adelegação
da ONU e centro de identificação da Minurso em Zouerat.
10.03.98
Intergrupo parlamentar do Parlamento Europeu "Paz para o Povo
Saharaui"
O Intergrupo parlamentar do Parlamento Europeu "Paz para o Povo
Saharaui" teve um encontro em Estrasburgo com o ministro dos
Negócios Estrangeiros saharaui, Mohamed Ould Salek. A
reunião realizou-se no mesmo dia em que o Parlamento adoptou
uma recomendação ao Conselho em que se solicita
à União Europeia que apoie o Plano de Paz, respalde
activamente a organização do referendo, conceda uma
ajuda humanitária para o repatriamento dos refugiados e
comparticipe com ajuda financeira e com observadores para a MINURSO.
10.03.98
Identificação
A identificação dos votantes esteve interrompida de
27.02 a 10.03 de 1998.
Após mais de 10 horas de conversações, o
embaixador Charles Dunbar e o presidente da Comissão de
Identificação conseguiram convencer marroquinos e
saharauis a recomeçar os trabalhos no dia 11 de Março
em relação à identificação dos
membros das tribos não contestadas. Seis centros irão
progressivamente sendo reabertos. O programa de Março
não será integralmente posto em execução
já que a Polisario se recusa a aceitar a
identificação das pessoas das tribos alvo de
contestação. A Minurso está a estudar o problema
colocado por estas pessoas que Marrocos quer à viva
força incluir no corpo eleitoral.
10.03.98
Conferência de Imprensa em Paris
O responsável saharaui pelas relações com a
Minurso declara, em conferência de imprensa em Paris, que as
Nações Unidas poderão vir a convocar marroquinos
e saharauis para uma nova ronda de negociações durante
o próximo mês, em Houston, sob os auspícios de
James Baker. M'hamed Khaddad acabava de chegar de Nova Iorque onde
teve encontros com o SG da ONU, Kofi Annan, e com James Baker.
12.03.98
Declarações de Kofi Annan
O secretário-geral das Nações Unidas confirma as
declarações do representante saharaui: «tivemos
alguns sobressaltos e passamos por alguns problemas que não
são inultrapassáveis no momento actual (...) James
Baker continua a estar empenhado neste processo e sempre estivemos de
acordo que, se fosse necessário, ele poderia vir de novo a
reunir as partes. Por isso, a possibilidade de um novo encontro em
Houston não pode ser excluída», afirmou Annan numa
conferência de imprensa no National Press Club, em Washington.
11.03.98
Entrevista do Presidente Saharaui
«É um facto que Marrocos está a tentar apresentar
candidatos à identificação que não
reúnem nenhum dos cinco critérios acordados. São
grupos numerosos de homens da mesma idade – nunca aparecem mulheres –
que não passam sequer o primeiro interrogatório sobre a
sua origem e a da sua tribo. A manipulação marroquina
é notória». «A eventualidade de um referendo
que não conduza à independência não faz
parte dos nossos prognósticos, mesmo dos mais fantasistas.
São os marroquinos os menos seguros quanto ao resultado. Isso
explica as suas batotices, as suas manipulações e a
presença permanente de 120 mil soldados no nosso
território» (La Vanguardia, Barcelona)
11-13.03.98
Visita do Presidente saharaui à Catalunha
Dirigindo-se a um auditório que integrava essencialmente
representantes do sector económico e do meio político,
Mohamed Abdelaziz traçou em Barcelona o quadro daquilo que
virá a ser um futuro Estado saharaui, democrático,
moderno, assente no multipartidarismo e na liberdade de iniciativa
económica, no qual homens e mulheres tenham o mesmo direito
perante a lei e onde a religião e o Estado funcionem e actuem
sem interferências.
Questionado sobre a política do novo primeiro-ministro
marroquino, Abdelaziz disse esperar de Youssoufi «qualquer coisa
de novo. Não cremos acreditar que o novo chefe de Governo
marroquino se obstine em querer anexar o povo saharaui contra a sua
própria vontade».
Durante a sua estada, Mohamed Abdelaziz tomou contactos com
representantes políticos catalães, apelando os seus
interlocutores à ajuda económica para reconstruir o
território, a que faltam todas as infra-estruturas: «As
necessidades são colossais e imediatas» - afirmou.
Mohamed Abdelaziz reencontrou-se com o líder da Unió
Democrática da Catalunha (UDC), Josep Antoni Duran Lleida,
vice-presidente da Internacional Democrata-Cristã (El
Periodico da Catalunh, Barcelona)
12.03.98
Primeiro-ministro de Marrocos
Abderramán Youssoufi, primeiro-ministro marroquino, afirmou
que o referendo terá lugar em Dezembro próximo, tal
como previsto, se a Frente Polisario «não entravar a
aplicação do Plano da ONU e se a MINURSO respeitar a
neutralidade requerida». Em entrevista concedida a um jornal
russo, "NEZAVISSEMAYA-GAZETA" de 12.03.98, o novo primeiro-ministro
marroquino, líder do partido USFP, declarou que «o
resultado do referendo não porá em causa a soberania e
a unidade territorial marroquinas. O Sahara – disse – faz parte
integrante de Marrocos».
13.03.98
Detenções
No dia 24 de Fevereiro centenas de pessoas concentraram-se em
Lemseyed (Sul de Marrocos) manifestando-se a favor do direito
à autodeterminação do povo saharaui. Os
manifestantes queimaram a bandeira marroquina e exibiram os
símbolos nacionais da RASD. No dia seguinte, quando se
preparava uma manifestação semelhante, as forças
de repressão marroquinas intervieram com brutalidade, ferindo
muitas pessoas e detendo uma centena de manifestantes. Desconhece-se
o paradeiro de 22 desses manifestantes, cuja
identificação foi divulgada pela
Associação de Familiares dos Presos e Desaparecidos
Saharauis (AFAPREDESA). Aquela associação saharaui de
defesa dos direitos humanos pensa que os detidos se encontram no
cárcere de Inezgane, próximo de Agadir.
(Communicado AFAPREDESA )
Solidariedade
Astúrias
Foi criada no passado dia 7 de Dezembro de 1997 a
Coordenação Asturiana de Apoio ao Referendo.
Integram-na representantes dos partidos políticos, de
sindicatos, ONG, associações culturais e diversas
personalidades. Por ocasião do 27 de Fevereiro,
aniversário da proclamação da RASD, a
Coordenação organizou um colóquio na
Universidade de Oviedo.
Huelva
Todas as associações de amizade com o Povo Saharaui
agruparam-se com as cidades geminadas saharauis, o governo
provincial, ONG, sindicatos e partidos políticos numa
Coordenadora de Apoio ao Referendo no Sahara Ocidental.
Associazione Valdarnese di Solidarietà con il Popolo Saharawi, Arezzo, Italie:
http://www.geocities.com/Athens/Olympus/8781/