SAHARA OCIDENTAL

ACTUALIDADES SEMANAIS

original:frances

SEMANA 03

13.-19.01.2002

11.01.02
Relatório do SG da ONU Rapport SG S/2002/41 (anexos)
O relatório compreende três anexos, um memorandum da Frente Polisario datado de 4 de Outubro de 2001, os comentários do governo argelino de 7 de Outubro, e as observações de Marrocos com data de 10 de Novembro. Trata-se de clarificações em detalhe de cada uma das posições quanto à proposta de James Baker de acordo-quadro, tal como ficou previsto no encontro de Pinedale (27-29.08.01).
Para a Frente Polisario, que rejeita de forma categórica o acordo-quadro, este não constitui uma base para a resolução do problema do Sahara Ocidental nem mesmo um meio para relançar as negociações. A Argélia avança com argumentos de direito internacional para demonstrar que «a proposta contida no projecto de acordo-quadro não pode sequer ser tida em consideração.» Marrocos exprime a sua decepção diante destas recusas perante este projecto na base do qual se afirma disposto a negociar.

O Conselho de Segurança reuniu à porta fechada a 15.01.02 para analisar o relatório do SG. No final da reunião, o presidente em exercício do Conselho, Jagdish Koonjul, qualificou as discussões de "úteis trocas de ponto de vista".

13.01.02
Rallye Total-Dakar
O ministério saharaui dos Negócios Estrangeiros precisa a propósito do Rallye Total-Dakar: « Os organizadores do Rallye Paris-Dakar respeitaram integralmente o acordo celebrado com a Frente Polisario. O Rallye atravessou o território saharaui na noite de 3 para 4 de Janeiro de 2002. A passagem decorreu durante a noite, a partir das 22h00. A imprensa não estava presente. A competição foi, pois neutralizada, tendo sido em caravana que a travessia teve lugar, sob escolta por parte das unidades militares da MINURSO, desde a fronteira norte entre Marrocos e o Sahara Ocidental até à saída do muro na região de Amgala. Segundo o acordado, no próximo ano o Rallye não passará pelo Sahara Ocidental.»

17.01.02
Greve da fome (ver também semanas 01/02 e 02/02)
Ao fim de 24 dias de greve da fome, os presos saharauis decidiram suspender o seu movimento, depois de terem obtido a satisfação sobre alguna pontos que reclamavam, nomeadamente: acesso à água potável e ao telefone público da prisão, diminuição da sobrepopulação prisional.
Em comunicado, os presos declaram-se determinados a prosseguir a sua luta pela libertação dos detidos polítcos, melhoramento das condições prisionais e revisão dos processos dos condenados de direito comum. Denunciam a indiferença do governo, dos partidos políticos e das organizações de defesa dos direitos humanos marroquinos e deploram que o seu movimento não tenha sido mencionado no último relatório do secretário-geral da ONU sobre o Sahara Ocidental.
O movimento dos presos contou com o apoio da população saharaui local. Após muitas manifestações de rua, as mães, irnãs e esposas dos presos saharauis em greve da fome publicaram um comunicado onde apoiam as reivindicações dos detidos. Uma moção de siolidariedade recolheu várias centenas de assinaturas em El Ayoun. Dois presos saharauis da prisão de Kénitra, Danfour Mohamed em Agadir e um grupo de estudantes saharauis da Universidade de Agadir solidarizaram-se com o movimento com a realização de um dia de jejum.
Os saharauis mobilizados em torno da defesa dos direitos humanos, que se empenharam na solidariedade a favor do movimento de protesto dos presos, foram submetidos a uma severa vigilância por parte das forças policiais de ocupação, em particular H'mad Hammad (Ahmad Hamad), funcionário, antigo preso político, desaparecido e torturado em 1997 (ver semana
30/1997 e 14/2001). Recusa ser transferido para Tarfaya (a 100 km de El Ayoun), medida que considera repressiva e discriminatória. Passa a ser vigiado e seguido constantemente pela polícia. Teme pela sua vida, pois já por diversas vezes foi objecto de tentativas de eliminação física.

Entre as reacções internacionais à luta dos presos de El Ayoun, refira-se o comunicado da 'Association des Amis de la RASD , o da Association Française d'Amitié et de Solidarité avec les Peuples d'Afrique assim como a carta que esta organização enviou ao embaixador de Marrocos em França e às autoridades francesas. As organizações australianas Western Sahara Alliance e Australian Western Sahara Association organizam a 23 de Janeiro um rallye de solidariedade em Sidney.

O ministro saharaui delegado para a Europa, Mohamed Sidati, dirigiu um veemente apelo (francês) à UE para que intervenha junto das autoridades marroquinas, a fim de que estas cessem a «sua política de repressão » e que todos os presos políticos sejam libertados. Sidati pediu o envio de uma missão de observadores da UE a El Ayoun para analisar e constatar os factos.
A Associação dos Familiares dos Presos e Desaparecidos Saharauis (AFAPREDESA) e a União dos Juristas Saharauis (UJS), em declaração conjunta (
francês) divulgada por ocasião do repatriamento dos 115 prisioneiros de guerra marroquinos, exprimem a sua preocupação quanto à sorte dos 526 desaparecidos saharauis e à persistência das graves violações dos direitos humanos nos territórios ocupados. As duas ONG lembram as condições dramáticas e inumanas que caracterizam a prisão negra de El Ayoun, e que conduziram os 131 detidos a desencadear uma greve da fome.

17.01.02
Prisioneiros de guerra
Os 115 prisioneiros de guerra libertados pela Frente Polisario são repatriados para Agadir a bordo de um charter sueco fretado pela ONU. Os presos são entregues ao CICV na presença do presidente do Crescente Vermelho saharaui, representantes da Cruz Vermelha espanhola e da MINURSO. O presidente do Crescente Vermelho Saharaui (CRS), em alocução proferida na ocasião, critica ao CICV, o seu «excesso de preocupação» pelos prisioneiros marroquinos e o seu «esquecimento» pelo destino dos presos saharauis nas mãos de Marrocos. A justiça humanitária deve ser equitativa no tratamento dos mesmos problemas, acrescentou. Para M. Boullahi,«o drama que vive a população refugiada desde há mais de 26 anos, assim como a dos civis nos territórios ocupados não deve ser ignorada». M'hamed Khaddad, coordenador saharaui junto da MINURSO, sublinhou que a guerra não está terminada, e que o respeito pelo cessar-fogo está ligado à aplicação do plano de paz. Não nos podemos limitar a resolver os problemas humanitários isolados, referiu. Khaddad revelou uma lista de 226 prisioneiros de guerra saharauis detidos por Marrocos, acrescentando que não haverá nova libertação de presos enquanto Marrocos não revelar o seu paradeiro.(SPS)

17.01.02
Referendo
O novo representante especial do secretário-geral da ONU para o Sahara Ocidental, o embaixador norte-americano W. L. Swing, foi recebido em Argel pelo ministro argelino dos Negócios Estrangeiros. O comunicado divulgado no fim do encontro refere que M. Belkhadem «abordou em profundidade a questão do Sahara Ocidental, nomeadamente as vias e os meios apropriados para assegurar o relançamento do processo de aplicação do plano de resolução das Nações Unidas». (SPS)

INTERNET

Novo no site da ARSO:

Sites:

Nuevo sul sitio de la Asoc. Umdraiga de Aragon

EM BREVE

23.01.02, Sidney, Australia,1 pm Town Hall steps: Protest to support Saharan hunger strikers. Org: Western Sahara Alliance and Australian Western Sahara Association

 

NOVAS PUBLICAÇÕES
[É possível que existam links com diversos jornais que deixem de estar em funcionamento ao fim de alguns dias]

français

english

castellano

Portugais


[SOMARIO actualidades semanais ] [Western Sahara Homepage]