SAHARA OCIDENTAL

ACTUALIDADES SEMANAIS

original:frances

SEMANA 51

16. -21.12.2001

15.12.01
Parlamento Europeu
Salem Lebsir, presidente do Conselho Nacional (Parlamento) saharaui, deplorou o adiamento da visita da delegação do Parlamento Europeu a Marrocos e ao Sahara Ocidental. Acusou Marrocos de procurar ganhar tempo e intensificar a repressão contra a população saharaui dos territórios ocupados, a fim de a intimidar, população que, nos últimos tempos, tem-se manifestado abertamenta contra a ocupação marroquina.
O eurodeputado Jorge Hernandez Mollar, membro da delegação do PE, referiu que Rabat anulou a visita por temer o efeito negativo para Marrocos do relatório desta delegação sobre as próximas decisões da ONU.
Em relação ao adiamento da visita (Marrocos propõe a terceira semana de Janeiro que, curiosamente, coincide com uma sessão plenária do parlamento), Mollar afirmou que o PE iria propor a segunda semana de Fevereiro.

16-18.12.01
Espanha-Marrocos
Na véspera da controversa visita a Marrocos do secretário-geral do PSOE, José Luís Zapatero (ver semana 50), Mohamed Sidati, ministro conselheiro junto da presidência saharaui, pediu em carta aberta a Zapatero que exigisse de Rabat a aplicação do referendo e que não se deixasse utilizar como moeda de troca pela política expansionista marroquina. Sidati espera que, na sequência da visita, o PSOE reafirme o direito do povo saharaui à autodeterminação e à independência.
Os principais objectivos da visita do líder do principal partido da oposição, decidida contra a opinião do governo, consistia em tentar normalizar as relações entre os dois países no seguimento do abandono das suas funções do embaixador marroquino, abordar as questões litigiosas, como o conflito do Sahara, os acordos de pesca, a imigração ilegal, etc.
Em entrevista concedida a um órgão de informação, a responsável pelas relações internacionais do PSOE declarou a respeito do Sahara, que a posição do seu partido continuava a ser a de apoio às resoluções da ONU. Apoiamos o referendo, porque é um projecto aprovado pelas duas partes, declarou Trinidad Jiménez. O projecto Baker é mais uma iniciativa, que tem a vantagem de iniciar um processo de negociações e de procurar um acordo no respeito pelos interesses de todas as partes, incluindo a Frente Polisario, acrescentou. (Ideal, 16.12.01)
Zapatero foi recebido em Marrocos como se tratasse de um chefe de Estado. Reuniu com o primeiro-ministro, com inúmeros ministros e conselheiros do rei e avistou-se com o rei Mohamed VI. As suas declarações ambíguas relatadas pela imprensa marroquina e espanhola - Zapatero parece ser favorável a um estatuto de autonomia &endash; desencadearam uma verdadeira vaga de protestos nos meios solidários com a causa saharaui e entre a base do PSOE. Várias mensagens de protesto foram enviadas à direcção do partido. Segundo várias fontes, o rei de Marrocos terá exigido encontrar-se primeiro com o primeiro-ministro e com o ministro de Negócios Estrangeiros de Espanha antes de restabelecer as relações diplomáticas.

18.12.01
Protesto
Em carta dirigida ao primeiro-ministro belga, Guy Verhofstadt, cujo país assegura actualmente a presidência da UE, Mohamed Abdelaziz pede que a União Europeia intervenha "a fim de que a TotalFinaElf anule o contrato ilegal e ilícito que acaba de firmar com Marrocos», exprimindo, simultaneamente, a sua preocupação face às tentativas de pilhagem dos recursos saharauis. Para o presidente saharaui, a assinatura deste contrato constitui «um encorajamento a Marrocos na sua oposição ao plano de resolução das Nações Unidas».

18.12.01
Referendo - Argélia
Respondendo a uma questão sobre o Sahara Ocidental num encontro com a imprensa em Bruxelas, o presidente argelino afirmou ter abordado esta questão com os eurodeputados. Reafirmou a posição argelina de recusa da proposta de autonomia de Baker. Bouteflika acrescentou ainda que Baker tinha também como mandato refletir sobre uma solução que possa ter o acordo de todas as partes envolvidas. «A Argélia estudará com muita atenção o que ele vier a propor. E na medida do possível, onde nós vejamos de que se trata verdadeiramente de uma terceira via, repito: uma terceira via que não destrua o legítimo sonho dos Saharauis, e que tenha em conta os interesses fundamentais de Marrocos e dos países da região, é evidente que nós seremos os primeiros a defender uma solução para a situação, que nós não desejamos que se venha a tornar a Cachemira da região, ou seja, um problema crónico, difícil de resolver», acrescentou. (aps)

21.12.01
Contratos petrolíferos
O governo espanhol concedeu à sociedade Repsol YPF autorização de prospecção petrolífera em sete zonas da plataforma marítima em redor de Fuerteventura e de Lanzarote, diante de Marrocos, numa superfície de 600 km2, distante 9,8 km da costa de Fuerteventura e 19,6 km da de Lanzarote. A autorização é válida por seis anos. Esta decisão vai agravar ainda mais a crise diplomática marroquino-espanhola, reacendida já pela importância concedida por Marrocos à visita do líder da oposição de Espanha (imprensa espanhola).
A delimitação das águas territoriais das Canárias é mais um tema de contencioso entre Marrocos e a Espanha. Defendendo a sua posição, Espanha apoia-se nas normas internacionais, que estipulam a equidistância entre as duas costas separadas por menos de 400 milhas marítimas. (ver semana 52/2000)
Marrocos, invocando a norma geral das 200 milhas marítimas, afirma que duas das concessões autorizadas se situam nas suas águas territoriais. Refira-se que as costas canárias estão a menos de 60 milhas marítimas das costas marroquinas (1 milha marítima = 1,8 km).
De forma anedóctica, refira-se que os encontros de Mohamed VI com José Luís Zapatero, secretário-geral do PSOE espanhol, decorreram num salão onde estava afixada um mapa do «Grande Marrocos», que inclui precisamente as Ilhas Canárias...

Imprensa marroquina
Após anos de silêncio e de censura informativa, alguns jornais marroquinos começam a abordar a realidade do Sahara Ocidental com certa seriedade. O quotidiano L'Economiste, por exemplo, publica reportagens efectuadas em Smara e em El Ayoun, assim como entrevistas com o wali de El Ayoun e com o secretário-geral do partido de OADP.
Outros órgãos da imprensa atacam esta abertura, porque, argumentam, ela dá uma má imagem de Marrocos. Na edição do La vie économique de 07.12.01, Fouad Nejjar denuncia aqueles que querem modificar as coisas através de "reformas radicais a fim da salvar o país do caos e da decadência ". Entre essas reformas um jornalista terá sugerido "a adopção de uma atitude diferente face ao povo saharaui, que tem o direito à autodeterminação".

SOLIDARIEDADE

Eslovénia

21.12.01, Ljubljana, in metelkova city autonomous cultural centre, organized by Teater Gromki and Ales Skornsek-Ples, beneficial event for free Western Sahara. Lecture with slides, videos and Saharawi music. Humanitarian aid is going to be collected (school equipment, toys, clothes, medicines etc.)

26.01.02, The first humanitarian aid from Slovenia to the camps will go on route; information: Andrej Morovic, +386 41 754 456, Ales Skornsek-Ples, alesch@postmaster.co.uk, T +386 1 422 52 11

INTERNET

 

NOVAS PUBLICAÇÕES
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