SAHARA OCIDENTAL

ACTUALIDADES SEMANAIS
original:frances

SEMANA 18

29.04.-05.05. 2001

 

28.04.01
Colóquio internacional de juristas sobre o Sahara Ocidental
Por iniciativa da Associação Internacional de Juristas para o Sahara Ocidental, da Coordenação Europeia de Comités de Apoio ao Povo Saharaui e da Associação francesa dos Amigos da RASD, e a convite de Daniel Paul, deputado e presidente do grupo de estudos sobre o Sahara Ocidental, decorreu na Assembleia Nacional francesa este colóquio que reuniu especialistas de diversos países para analisar os aspectos jurídicos da situação que prevalece no Sahara Ocidental.
Entre os temas abordados estiveram: o direito à autodeterminação no quadro do direito internacional; o papel da ONU e as medidas necessárias à concretização do plano de paz; o respeito pelos direitos humanos e a protecção das populações que vivem sob a ocupação; a salvaguarda dos recursos naturais do Sahara Ocidental. Inevitavelmente, foram vários os paralelismos analisados com a descolonização da Namíbia e de Timor-Leste.
Nas conclusões finais os juristas rejeitam qualquer outra solução que não passe pelo referendo de autodeterminação. Apelam às Nações Unidas e a todos os países, nomeadamente os EUA, França e Espanha, a intervir para que seja ultrapassado o actual impasse. Reclamam o abertura do espaços terrestre, aéreo e marítimo aos observadores, às ONG e à Comunicação Social, assim como o termo da exploração das riquezas do Sahara Ocidental. Um manifesto final será entregue a Kofi Annan e ao secretário-geral da OUA e diversas iniciativas serão desencadeadas a nível europeu.As intervenções no colóquio serão editadas (info:
bur.aarasd@wanadoo.fr).

Algumas estão já disponíveis para serem consultadas on-line:

01.05.01
França
Por ocasião da visita do primeiro-ministro marroquino a França, a Associação francesa dos Amigos da RASD distribuiu um comunicado no qual exprime a esperança de que a França possa conduzir o reino cherifiano à via da legalidade internacional e que tome em conta a necessidade urgente do estrito regresso ao plano de paz e o retomar da sua aplicação, a fim de que possa realizar-se o mais rapidamente possível o referendo de autodeterminação.

02-04.05.01
França-Marrocos-referendo
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês em entrevista ao diário marroquino Libération, declarou-se a favor de uma grande autonomia para o Sahara Ocidental. «Trata-se de uma solução, que só podemos desejar, encorajar, e alegrarmo-nos no dia em que ela se concretize», afirmou.
O presidente Chirac, por seu lado, declarou que «o dossier do Sahara vai no bom sentido.»
Numa conferência de Imprensa dada em Paris, o primeiro-ministro marroquino Youssoufi indicou que, «no que respeita à questão do Sahara, há um progresso». Segundo ele, «desde Setembro passado, Marrocos anunciou solenemente a sua disponibilidade de iniciar um diálogo directo com a outra parte para encontrar uma solução política no quadro da unidade territorial de Marrocos e da soberania marroquina sobre o conjunto do território marroquino». «Marrocos deu conta da sua vontade em encontrar uma solução e aguardamos agora uma reacção às nossas propostas », acrescentou. Por seu lado, o primeiro-ministro francês Lionel Jospin reiterou o seu apoio aos esforços do secretário-geral da ONU e de James Baker para se sair do impasse.
(agências)

01.05.01
Manifestação do 1.º de Maio em El Ayoun
Fortes pressões foram exercidas sobre os sindicatos para impedir que as organizações saharauis de defesa dos direitos humanos participassem na manifestação. Os membros de duas ONG, Forum Verdade e Justiça-secção Sahara, e Comité de Coordenação dos Saharauis vítimas de desaparecimento forçado, juntaram-se à manifestação empunhando pancartas e fotografias de desaparecidos e presos políticos, o que levou à intervenção das forças policiais e agentes da segurança, que cercaram o grupo impedindo-o de prosseguir o desfile. Os manifestantes mantiveram-se porém concentrados durante mais de duas horas agitando as fotografias e pancartas, onde era possível ler: «Verdade sobre o destino dos desaparecidos saharauis», «Libertação de todos os presos políticos, e em primeiro lugar de Mohamed Daddach», «Restituição às famílias dos restos mortais dos assassinados», «Julgamento dos responsáveis marroquinos», «Nem esquecimento nem perdão para os crimes contra a humanidade cometidos no Sahara».

03.05.01
RASD
Reunido na sua segunda sessão ordinária, o Conselho Consultivo saharaui, formado por notáveis (chiouks), peritos para a identificação das tribos saharauis, dirigiu cartas ao SG da ONU, ao presidente do Conselho de Segurança, à presidência da UE e ao seu encarregado para os Negócios Estrangeiros, bem como ao presidente norte-americano, pedindo-lhes que levem Marrocos a respeitar a legalidade internacional permitindo a organização do referendo de autodeterminação do povo saharaui. O Conselho apelou às Nações Unidas a retomar imediatamente a operação de análise dos recursos, assegurando para isso a sua colaboração. O Conselho Consultivo procedeu ainda à eleição do seu novo presidente, Moulaye Beibat, e de cinco dos seus membros que passarão a ter assento no Conselho Nacional (Parlamento). (SPS)

04.05.01
RASD
José Ramos-Horta, vice-presidente do Conselho Nacional da Resistência Timorense e responsável pelas Relações Exteriores, chegou aos campos de refugiados saharauis declarando que veio «manifestar a solidariedade e o apoio do seu governo à causa do povo saharaui». Anunciou que era portador de uma mensagem do presidente do CNRT, Xanana Gusmão, para o Presidente Mohamed Abdelaziz.

SOLIDARIEDADE

01.05.01, Tlemcen, Argélia: A caravana cultural saharaui, que visitou Tlemcen, organizou na casa da cultura Abdelkader Alloula, uma exposição de fotografias, de objectos e documentos que ilustram os costumes, as tradições e o património saharaui. À margem da exposição, teve lugar uma conferência na Universidade Abou Bakr Belkaid em que o orador foi o professor Hamdi Yahia, observador junto da ONU, que abordou o tema do plano de paz. Após três dias em Tlemcen, a caravana cultural de solidariedade com o povo saharaui rumou depois à cidade de Orão. (SPS)

04.05.01, Argel: O primeiro encontro nacional dos Comités de apoio ao povo saharaui decorreu na presença de várias personalidades, entre as quais figuravam o prémio Nobel da Paz José Ramos-Horta e Margot Kessler, presidente do Intergrupo do Parlamento Europeu "Paz para o Povo Saharaui". Ramos-Horta declarou que «não há outra alternativa ao referendo no Sahara Ocidental», afirmando que o novo país poderia jogar um papel importante no sentido da estabilidade regional.

Margot Kessler sublinhou o papel crucial da União Europeia no conflito - em primeiro lugar porque certos países europeus apoiam subrepticiamente o facto consumado da ocupação marroquina no Sahara Ocidental, e porque os laços económicos entre a Europa e o Magrebe são determinantes para a região. Desejou que a sua presença contribua para reforçar o diálogo e os esforços conjuntos de todos os que na Argélia e na Europa estão desejando ver alcançada uma solução justa e duradoura para o conflito do Sahara Ocidental, uma solução que respeite o direito internacional e as aspirações legítimas do povo saharaui à independência e à liberdade.

EM BREVE

17-19.06.01, campos de refugiados saharauis, Sexta assembleia geral da AFAPREDESA (Associação dos Familiares dos Presos e Desaparecidos Saharauis).

 

NOVAS PUBLICAÇÕES
[É possível que existam links com diversos jornais que deixem de estar em funcionamento ao fim de alguns dias]

français

castellano

english

svenska


[SOMARIO actualidades semanais ] [Western Sahara Homepage]