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29.11.98
Visita do secretrio-geral da ONU ao Magrebe, 2.ª parte
Após a partida de Kofi Annan para Argel e os acampamentos
de refugiados de Tindouf, Fred Eckhard, porta-voz do SG da ONU
declara: «o objecto da sua visita é de fazer
avançar o processo» de paz. O secretrio-geral retoma o
seu périplo «confiante» sem contudo estar
«optimista». Ele «não tem dúvidas»
quanto à dificuldade de um acordo político às
suas propostas, mas «est apostado em fazer avançar o
processo de paz», enfatizou Eckhard.
30.11.98
Visita de Kofi Annan a Tindouf e ao acampamento de Smara
O SG da ONU é saudado à sua chegada por entidades
argelinas e saharauis, responsveis da MINURSO e do Alto Comissariado
para os Refugiados. Em seguida, Kofi Annan visita as
instalações do QG da MINURSO de onde parte em
helicóptero em direcção à wilaya de
Smara. Aí é recebido pelo Presidente Mohamed Abdelaziz
e outros altos responsveis saharauis e passa em revista os
destacamentos militares perfilados em sua honra.
A população dispensa-lhe um acolhimento caloroso
demonstrado através de cantos, palavras-de-ordem e you-yous.
Vrias pancartas exprimem as preocupações dos
refugiados: «a ONU é a nossa esperança de paz e de
justiça», «Queremos a Independência»,
«Esperamos h 20 anos». U dromedrio é oferecido ao SG
da ONU a quem os saharauis designam por «um dos filhos queridos
de África» e «homem que provou saber resolver os
grandes problemas».
Kofi Annen reuniu-se em seguida num frente-a-frente com Mohamed
Abdelaziz e em seguida com os chioukhs (chefes tribais) saharauis. A
seguir ao almoço teve lugar um encontro entre a
delegação da ONU e representantes de alto nível
da Frente Polisario. Um documento resumindo as posições
da F. Polisario foi entregue a Kofi Annan. [Os últimos
desenvolvimentos no Processo de Paz da ONU-OUA, Documento entregue a
Kofi Annan pela Frente
Polisario.(inglés)]
Kofi Annan avista-se também com uma delegação da
União Nacional das Mulheres Saharauis que dirigem a Escola 27
de Fevereiro.
Conferência de Imprensa
Em conferência de imprensa perante cerca de cinco dezenas de
jornalistas, na sua maioria de órgãos de
informação ocidentais, Annan declara que obteve um
acordo claro da parte da Polisario às suas propostas de
relançamento do plano de paz. Do lado marroquino subsistem
algumas objecções e questões a dirimir,
acrescentou. Kofi Annan acrescentou ainda que «a paz não
pode ser imposta pela força», concluindo:
«Continuamos a trabalhar com as duas partes para encontrar um
acordo». O SG da ONU anunciou ainda que a senhora Ogata,
secretria-geral do Alto Comissariado para os Refugiados dever
deslocar-se ao território antes do fim do ano.
Encontro com a solidariedade Internacional
O SG da ONU reuniu-se com vrias personalidades estrangeiras
presentes no momento da sua visita, entre os quais deputados do
Parlamento europeu, representantes de ONG europeias, em particular
espanholas(*).
O SG da ONU pôde assim comprovar da real solidariedade de que
goza a causa pelo direito à autodeterminação do
Povo Saharaui, em particular da parte da sociedade civil europeia,
particularmente em Espanha. A delegação, que se
apresentou como «missão de paz nos acampamentos de
refugiados» pôde reafirmar a exigência de ver a ONU
e o SG conduzir o processo referendrio de
autodeterminação do povo saharaui a seu termo.
(Comunicado espanhol)
(*) Entre os chefes de delagação contavam-se:
Michael McGowan, deputado no Parlamento Europeu, Presidente do
Intergrupo Paz para o Povo saharaui, Pilar Costa Serra, senadora
espanhola, Lluis Recoder i Miralles y Belarmina Martinez Gonzalez, do
Parlamento de Espanha, Txomin Aurrecoetxea, em
representação dos Parlamentos do Estado espanhol,
Antonio Lopez Ortiz, da Federação das
Instituições Solidrias com o Povo Saharaui (FEDISSA),
Felipe Briones Vives, da Associação Internacional de
Juristas pelo Sahara, José Taboada Valdés, da
Coordenadora de Associações dos Amigos do Povo Saharaui
em Espanha, Lord Winchelsea, do Parlamento britânico, Pierre
Galand, Presidente da Coordenação Europeia de Apoio ao
Povo Saharaui.
Declaração saharaui
No fim da jornada o Presidente Mohamed Abdelaziz apresentou à
imprensa os resultados da visita. Confirmou que a RASD aceitou na
integra as propostas apresentadas pelo SG da ONU, «mesmo se
certas propostas não beneficiam o povo saharaui»».
«O importante para nós, acrescentou Abdelaziz, é
mostrarmos o nossa vontade de paz, o nosso apego à legalidade
internacional e a nossa inteira disponibilidade de colaborar com a
ONU». «A postura adoptada pela RASD consiste em definir
claramente os factores de bloqueio e retirar todo e qualquer
argumento a Marrocos»
01.-02.12.98
Argel
Kofi Annan avistou-se com o chefe da diplomacia argelina, o
primeiro-ministro, os presidentes das duas câmaras do
Parlamento, assim como com o Presidente da República, Lamine
Zeroual. O SG da ONU inaugurou a nova missão das
Nações Unidas em Argel, situada no bairro residencial
de Hydra.
Annan obteve da Argélia o «total apoio» do governo
argelino às propostas que visam desbloquear o processo de paz
no Sahara Ocidental, afirmou. Qualificou os encontros que manteve com
as autoridades argelinas como «muito úteis». Foram
igualmente abordados os preparativos da próxima cimeira da
OUA, que se realizar em Argel no próximo mês de Junho de
1999.
Segundo Ould Salek, ministro dos Negócios Estrangeiros
saharaui, «a RASD e desmentindo certos rumores não
aceitar jamais renunciar à soberania do Sahara Ocidental e
ainda menos aceitar o estatuto de região
autónoma». Acrescentou, contudo, «que um acordo com
Marrocos do tipo do que foi firmado entre a Argélia e a
França em Evian poderia ser uma hipótese interessante a
ser considerada».
01.12.98
Chantagem
«Haver confrontos no Sahara se a ONU proceder à
divulgação prematura da lista parcial de eleitores
aceites pela MINURSO», indica um alto dirigente marroquino a
coberto do anonimato ao jornal «Le Monde», j que,
acrescentou, «as pessoas que não forem admitidas a votar
pelas Nações Unidas não deixarão de
reagir».
A declaração é profusamente citada pela imprensa
marroquina que a aproveita para retomar um campanha de
difamação contra a MINURSO.
03.12.98
As fúrias de Marrocos
O facto da senhora Mireille Elmalan, presidente da
delegação do Parlamento Europeu encarregada das
relações com os países do Magrebe e a UMA, ter
convidado dois membros da Frente Polisario para uma reunião
consagrada a debater o conflito do Sahara Ocidental, suscitou uma
viva e destemperada reacção por parte de Marrocos. A
embaixada marroquina em Bruxelas anunciou que Marrocos não
voltar a participar em reuniões presididas pela senhora
Elmalan.
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