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12.02.97
Mandela e a RASD
O presidente Nelson Mandela explicou as razões que explicam o atraso do reconhecimento da RASD pela África do Sul. Mandela declarou que tem de tomar em consideração as recomendações de alguns dos países que estão entre os seus mais próximos amigos e que apoiaram de forma importante a luta contra o apartheid. Rejeitou, no entanto, a acusação de trair o povo saharaui (Mail e Guardian, de Joanesburgo).
17.02.97
União do Magrebe Árabe
Por ocasião do 8º aniversário da UMA (União do Magrebe Árabe, organização integrada pela Argélia, Líbia, Marrocos, Mauritânia e Tunisia), o presidente tunisino, em mensagem dirigida aos seus homólogos magrebinos, manifestou o desejo de prosseguir na construção daquela organização de cooperação regional. Tanto a Argélia - que ocupa actualmente a presidência rotativa da UMA - como Marrocos expressaram-se no mesmo sentido. Recorde-se que Marrocos solicitou a suspensão das actividades da UMA, em Dezembro de 1995, no seguimento das tensões surgidas com a Argélia a propósito do Sahara Ocidental.
17.02.97
Imigração ilegal
Fontes marroquinas puiseram a correr a informação de que a polícia das ilhas Canárias teria detido durante o mês de Fevereiro 45 saharauis oriundos dos campos de refugiados de Tinduf, no sudoeste da Argélia. As detenções teriam tido lugar no quadro de uma campanha contra a imigração clandestina desenvolvido no arquipélago nos dois últimos anos. Segundo o diário marroquino Al Alam, do partido Istiqlal, teriam havido contactos entre a Frente Polisario e personalidades canárias em relação à sorte dos 45 detidos. O diário marroquino não deixa de fazer a sua propaganda: afirma que o objectivo dos imigrantes ilegais era entrarem em Marrocos, declarando temer que aqueles cidadãos possam ser transferidos para Tindouf.
19.02.97
"Nem vencedor, nem vencido"
Hamdi Ould Mouknass, amigo de Hassan II e ministro mauritano dos
Negócios Estrangeiros durante presidência de Ould
Daddah, altura em que a Mauritânia invadiu o Sahara Ocidental e
esteve em guerra com a Frente Polisario, afirma em entrevista
publicada na revista "Jeune Afrique": "A Mauritânia, que
é parte interessada neste conflito, deve trabalhar no sentido
de que uma solução possa ser encontrada o mais depressa
possível e de que a ONU continue implicada neste
processo".
"Em relação aos irmãos saharauis que entram na
Mauritânia para visitar os seus familiares e amigos, aquilo que
posso dizer é que eles são sempre benvindos". Em
relação ao ponto da situação do conflito
que opõe a Frente Polisario a Marrocos, Hamdi Ould Mouknass
acrescenta: "Cada uma das partes teve todo o tempo para analisar a
capacidade de resistência da parte contrária. Não
há vencedor nem vencido. A solução é,
pois, clara. Têm que se sentar em torno de uma mesa e encontrar
uma fórmula aceitável para todos".