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Os Titulos
Crítica a Butros-Ghali Marrocos-Polisario: um novo espírito Mediação Solidariedade |
02.12.96
Reconversão da dívida marroquina
Em véspera da assinatura de um acordo com a Espanha, qualificado como «experimental» - pelo qual parte da dívida externa para com este país é transformado em investimento directo espanhol - o ministro marroquino da economia afirma que a primeira tranche reconvertida se eleva a 50 milhões de dólares (e não a 500 milhões, como chegou a ser noticiado no dia 29 de Novembro).
03.12.96
Crítica a Butros-Ghali
Butros-Ghali «mais não consegue do que averbar derrota
em derrota». É a opinião do Ruanda, expressa num
memorando entregue à Comunicação Social, por
ocasião da cimeira franco-africana, realizada em
Ouagadugu.
O documento critica o SG da ONU por não ter estado
«à altura» dos acontecimentos e de ter
«infelizmente gerado conflitos sangrentos no seu
continente», entre os quais a própria tragédia
ruandesa. O documento cita igualmente os exemplos de Angola,
Libéria, Moçambique, Sahara Ocidental - onde
«Butros-Ghali não esconde a sua cumplicidade com
Marrocos», refere o texto - Somália, ou ainda os
Balcãs, Afeganistão, Camboja e Haiti.
04.12.96
Marrocos-Polisario: um novo espírito
É este o título que o semanário Jeune Afrique - conhecido pela defesa das teses marroquinas em relação ao conflito do Sahara Ocidental - dá a uma matéria em que aborda o reatamento do diálogo entre Marrocos e a Frente Polisario. «A continuação das negociações secretas entre Marrocos e a Frente Polisario - refere a publicação - está suspensa por não haver acordo entre as duas partes quanto ao local em que decorrerá o próximo encontro. Os marroquinos desejam que ele tenha lugar, de novo, nas suas fronteiras, enquanto os saharauis insistem para que as negociações se desloquem para «terreno neutro», como Genebra, Paris, Londres ou mesmo Washington. Não obstante este problema» - adianta o autor anónimo do artigo - ele não põe em causa a vontade comum de se chegar a um consenso».
05.12.96
Mediação
O primeiro-ministro saharaui, Mahfoud Ali Beiba, é recebido pelas autoridades da província de Andaluzia, em Espanha. Em conferência de imprensa, dada em Sevilha, o dirigente saharaui afirma que «as duas partes têm necessidade de alguém que possa dar um impulso às discussões. A Espanha têm uma particular responsabilidade, já que deixou o problema sem solução» - afirmou. Ali Beiba acrescentou que a Polisario está pronta para as
dicussões, na presença de um mediador e em território de um país neutro, e que espera apenas que Marrocos demonstre que está preparado para nelas participar.
É já na segunda-feira, dia 9 de Dezembro, que terá lugar, em Sevilha, a primeira reunião do Comité Averroés, criado em Fevereiro do corrente ano para promover as relações entre Marrocos e a Espanha. O encontro é presidido pelos primeiro-ministro marroquino e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha.
07.12.96
Solidariedade
O cantor de flamenco Enrique Morente, e outros artistas espanhóis de renome, participam na gravação de um CD em benefício das crianças saharauis dos campos de refugiados. O escritor Manuel Vásquez Montalbán é o autor dos textos da brochura que acompanha o CD, cujo lançamento público está previsto para o dia 20 de Dezembro.
Emilio Cuevas:
«Sociologia, demografia e recenseamento da
população do Sahara Ocidental»
A ARSO foi contactada recentemente por Emilio Cuevas, que
manifestou o desejo de conhecer o interesse potencial pela sua obra,
de mais de 500 páginas, mesmo antes da sua eventual
edição em castelhano. Emilio Cuevas é
contactável através do seu e-mail
ecuevas@arrakis.es.
O autor: Emilio Cuevas foi funcionário dos serviços espanhóis de informação, segurança e política interior do Sahara. Foi secretário da assembleia geral daquela província espanhola do noroeste da África &emdash; a djemaa &emdash; chefe do serviço do registo civil, recenseamento e estatística do Sahara espanhol. Planificou e dirigiu o recenseamento de 1974, bem como a sua informatização. Mais tarde, de 1988 a 1990, funcionou como conselheiro das Nações Unidas para a aplicação do plano de paz para o Sahara Ocidental e, até 1994, como consultor da Minurso.
A obra é, segundo o seu autor, uma simples exposição técnica posta à disposição das Nações Unidas, mas que esta, segundo ele, subavaliaram ou mal utilizaram. Nela pode ser encontrada uma descrição das tribos que povoam a parte ocidental do deserto do Sahara e, em particular, o povo saharaui, adjectivo reservado aos habitantes do território do anntigo Sahara espanhol. Um capítulo é dedicado à cultura, à estrutura social e ao carácter do povo saharaui. Emilio Cuevas explica em detalhe os aspectos técnicos do recenseamento de 1974, analisa os seus resultados e a sua actualização conforme as intenções das Nações Unidas. A obra termina com um capítulo sobre a antroponímia no Sahara Ocidental (estudo da origem e da história dos nomes das famílias)