SAHARA OCIDENTAL

ACTUALIDADES SEMANAIS 2006

original:frances

SEMANAS 25 - 26

18.06. - 01.07.06

RASD

12.06.06, África do Sul
Uma delegação saharaui, constituída por Saleh Abeid, membro do Parlamento Panafricano, e Malainin Lakhal, secretário-geral da União dos Jornalistas e Escritores saharauis, participou na cerimónia do 30.º aniversário do massacre de Soweto organizada pela Juventude do ANC no estádio olímpico de Durban na presença de 50'000 pessoas. A delegação saharaui foi a única delegação estrangeira a pronunciar um discurso. [
Text of the speech pronounced by Malainin Lakhal]. A delegação teve oportunidade de se encontrar e reunir com vários responsáveis sul-africanos durante a sua estadia. [SPS]

20.06.06, União Africana
O embaixador saharaui junto da União Africana (UA), Lehbib Breika, firmou em Addis-Abeba o Tratado que faz da África uma zona livre de armas nucleares (Tratado de Pelindaba), o Protocolo da Carta africana dos direitos do Homem e dos Povos relativa aos direitos da Mulher e a Convenção da Comissão Africana da Energia. A RASD subscreveu onze tratados e convenções dos 31 textos da União Africana, dos quais seis foram ratificados pelo Parlamento.

21.06.06, Cabo Verde
Mhamed Khaddad, coordenador saharaui junto da MINURSO, foi recebido na cidade da Praia pelo Presidente de Cabo Verde, Pedro Pires.

21.06.06, Mauritânia
Khalil Sidi Mohamed, ministro dos Territórios Ocupados e das Comunidades Saharauis no Estrangeiro, foi recebido em Nuaquechote pelo presidente do Conselho militar para a Democracia e a Justiça, Ely Ould Mohamed Fall.

26-28.06.06, I. Salão Internacional da Cooperação, Tenerife
A RASD participou com um stand no primeiro salão da cooperação, inaugurado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol e autoridades das Canárias.

TERRITÓRIOS OCUPADOS E SUL DE MARROCOS

Logo que Marrocos foi eleito em Genebra como membro e vice-presidente do Conselho dos direitos do Homem da ONU, a repressão agravou-se subitamente no Sahara Ocidental ocupado, onde as manifestações se sucedem sem parar. Foi deste modo que o aniversário das manifestações de Zemla/El Ayoun e do desaparecimento de Sid Brahim Bassiri, a 17 de Junho de 1970, foram celebrados nos territórios através de concentrações, distribuição de panfletos, colocação de bandeiras nacionais um pouco por toda a parte, etc. [-->últimas notícias da Intifada]

As detenções multiplicam-se. A 16 de Junho, o ex-preso político saharaui Taoubali Elhafed, assim como Hmoudi Hammad, Elgasmi Lahbib [Garhi Mohamed Lehbib] e Ahmeidat Mohamed Salem [Hmaidat Ahmed Salem] são presos, torturados, interrogados, inculpados e encarcerados na Prisão negra, onde Deddi Hmada e Ahmed El Moussaoui prosseguem a sua greve da fome, sem que nenhuma medida tivesse sido tomada para melhorar as suas condições de detenção. A 17, o mesmo ocorreu com Sabbar Brahim, (secretário-geral da Associação saharaui das vítimas das violações graves dos direitos humanos pelo Estado marroquino, ASVDH), Haddi Sid Mohamed Mahmoud, conhecido por ElKainan, ex-preso, do seu irmão Saleh e de Sbai Ahmed (membro do secretariado executivo da ASVDH e membro do Comité para a Protecção dos Presos da Prisão Negra), detidos à entrada de El Ayoun, quando regressavam de Bojador, onde uma secção da ASVDH havia sido fundada. Esta associação não é ainda reconhecida pelas autoridades. Os quatro são acusados de constituição de bando criminoso, incitação e participação na violência, destruição de bens públicos e colocação de obstáculos na via pública, desautorização a funcionários do Estado, participação em agrupamentos armados e adesão a uma associação não autorizada. Além disso, ElKainan e o seu irmão, assim como Sabbar Brahim, são acusados de ter agredido um polícia. Ahmed Sbai, que sofre de perturbação cardíaca crónica, foi hospitalizado no dia 24 de Junho. Todos foram encarcerados junto a presos de direito comum tendo o seu pedido de transferência sido rejeitado.

Uma nova manifestação de jovens saharauis em viaturas empunhando bandeiras da RASD teve lugar no dia 19 na praça do Giratorio. Na avenida Smara dois ex-presos políticos, TARGUI MAELAININ e YAYA BACHIR, são presos, sendo este último torturado durante várias horas e finalmente abandonado nos subúrbios da cidade. A praia de El Ayoun (Foum elOued) é também palco de manifestações e detenções. Um batalhão das forças auxiliares e uma companhia de polícia são para aí deslocados a fim de prevenir a realização de qualquer tipo de manifestações durante as férias de Verão. Em Smara, a 21 de Junho, o jovem saharaui Saaid Mohamed Baha, detido algumas horas antes é libertado após uma concentração de várias dezenas de cidadãos diante do comissariado de polícia. No mesmo dia são detidos dois ex-presos políticos em El Ayoun, MAHMUD MUSTAFA HADDAD e MOHAMED BAHIA RACHIDI, e realizam-se manifestações de estudantes em Assa e em Bojador. Em represália, candidatos às provas de fim de ano lectivo são reprovados ou recebem má nota, o que aconteceu também com muitos alunos do colégio Omar ben Khatab, e que provocou o protesto e a ocorrência de novas manifestações por parte dos seus familiares. Duas pessoas são presas na sequência destas manifestações, sendo detidos também o presidente do comité local da ASVDH, o ex-preso político Tahlil Mohamed e Ahmed Lehmeid Hamya. Em Assa (Sul de Marrocos), membros das forças auxiliares atacam brutalmente jovens saharauis por terem participado em manifestações independentistas. [Acontecimentos de 21.06.06, manifestação em Smara + fotos]

20.06.06
"A extrema gravidade da situação nos territórios saharauis ocupados e a situação precária em que se encontram os activistas saharauis dos direitos humanos", levaram o Presidente saharaui, Mohamed Abdelaziz, a escrever ao SG da ONU, Kofi Annan, pedindo que intervenha de forma urgente para conseguir a libertação de todos os presos políticos saharauis. [
texto integral SPS]

A OMCT protestou contra as prisões [Appel, Cas MAR 230606] , enquanto que o Observatoire Pour la Protection des Défenseurs des Droits de l'Homme lançava um apelo urgente para denunciar a detenção arbitrária de Brahim Sabbar e de Ahmed Sbai. [APPEL URGENT - L'OBSERVATOIRE. MAR 002 / 0606 / OBS 079, 23 juin 2006]

O mesmo fez Acat-France. A AFASPA interpelou a UE [SPS] e Aminatou Haidar, a partir da África do Sul onde efectua uma visita, dirigiu uma carta ao Presidente do Parlamento Europeu. [26.06.06].

25.06.06, El Ayoun
Manifestação no bairro Maatallah e detenção, interrogatório e aplicação de maus tratos a Foukraoui Sidi Taleb Ahmed e Garhi Fatah. Foukraoui [Fakraoui] foi atirado do alto de um edifício no dia 12 de Junho de 2005, o que lhe causou fracturas a nível da coluna vertebral.

27.06.06, Pesadas condenações
Às detenções sucedem-se os processos judiciais. Sabbar Brahim é condenado a 2 anos de prisão efectiva, Haddi Sidi Mohamed Mahmoud (Elkainan), a 3 anos e o seu irmão Saleh a 1 ano de prisão condicional. Khaya Elbachir, que assistia ao julgamento, foi detido à saída do tribunal. Ele tinha sido vítima de maus tratos a 13 de Outubro de 2005 em Bojador e apresentou queixa. Afrik Mohamed ould Brahim ould Mouloud, filho de um desaparecido e irmão de dois desaparecidos, membro do Comité das famílias dos Saharauis desaparecidos, conseguiu contactar os seus familiares a 26 de Junho. Está detido há 11 dias em local desconhecido. [
ASVDH, 27.06.06]

O Comité Saharaui para a Autodeterminação do Sahara Ocidental, presidido por Sidi Mohamed Daddach [communiqué en français] + [arabe] , o Comité contra a tortura de Dakhla, a Associação Saharaui das Vítimas das Violações Graves dos Direitos Humanos Cometidas pelo Estado Marroquino (ASVDH), o comité local de Bojador da ASVDH denunciaram estas pesadas penas.

O Presidente da República saharaui interpelou o SG da ONU, Kofi Annan, pedindo a sua " libertação e a instalação no território de uma estrutura da ONU responsável pela protecção dos civis saharauis (e) a preservação das suas liberdades fundamentais". Fá-lo-á de novo no dia 26 de Junho a propósito dos 15 saharauis desaparecidos no passado dia 25 de Dezembro "em condições obscuras". [SPS]

19.06.06, prisão de Inzegane (Agadir, Marrocos)
Tentativa de assassinato do preso de opinião saharaui Lahmam Salama Brahim Mouloud, ferido no pescoço por uma agressão infligida por um preso de direito comum marroquino. É graças à pressão dos outros detidos saharauis, que Lahmam é hospitalizado de seguida em Agadir, de onde ele apela à protecção da Associação dos Saharauis contra "as graves violações dos direitos do Homem perpetradas pelo Estado marroquino nos territórios ocupados do Sahara Ocidental e no sul de Marrocos". O seu estado de saúde continua crítico.

29.06.06, Agadir (Marrocos)
A sessão do tribunal penal prevista para julgar os cinco presos políticos saharauis, Naji/Najia ElBachir, ElKhorchi Waissi, ElMansouri Idris, Tamek Mohamed, Kayout Brahim, detidos no dia 15 de Abril em Assa (sul de Marrocos), foi adiada para 13 de Julho.

29.06.06, Nova campanha de repressão
Nova campanha de repressão e de prisões em todas as cidades ocupadas do Sahara Ocidental: são assinaladas em El Ayoun uma dúzia de detenções, pelo menos sete casas saqueadas, a que se juntam ameaças de suspensão de pagamento de salários ou despedimento aos progenitores, no caso dos seus filhos se continuarem a manifestar. Em Smara, onde uma manifestação é desencadeada no dia 29 de Junho, as autoridades encorajam a denúncia das pessoas que dão abrigo aos manifestantes ou que permitem a captação de fotografias a partir dos seus telhados. Em Dakhla, as autoridades proibiram aos cibernautas a utilização do Messenger e do Paltalk, e patrulhas nocturnas têm a incumbência de impedir a realização de manifestações ou a colocação de bandeiras saharauis.

18-29.06.06, Visita de Aminatou Haidar à África do Sul
A activista saharaui deslocou-se à África do Sul para sensibilizar a opinião pública sobre as violações marroquinas dos direitos humanos nos territórios ocupados do Sahara Ocidental.

Em Pretória, no decurso de um jantar em honra da militante dos direitos humanos, O Director do Departamento da África do Norte do ministério dos Negócios Estrangeiros, Delarey Van Tonder, declarou que "é impossível falar de desenvolvimento em África enquanto um dos seus Estados estiver sujeito à colonização". Aminatou Haidar é recebida pela vice-ministra dos Negócios Estrangeiros, senhora Sue van der Merwe e pela responsável da política externa do Congresso Nacional Africano (ANC), senhora Mavivi Myakayaka-Manzini, que lhe garante o empenhamento total do seu partido "na defesa da sua posição de princípio a favor do direito do povo saharaui à libertação e à independência".

Muitos outros encontros e entrevistas em Joanesburgo, Pretória, Cidade do Cabo.
21.06.06: Aminatou Haidar encontra-se com três altos magistrados sul-africanos na sede do Tribunal Constitucional. Os juízes T.H. Madala, Bess Nkabinde e Ngcobo Sandile exprimem a sua profunda preocupação relativamente à situação precária dos direitos humanos nos territórios ocupados do Sahara Ocidental, e pedem à senhora Haidar a manter-se em contacto com o Tribunal Constitucional sul-africano, o qual "se manterá de ora em diante interessado neste assunto e atento aos seus desenvolvimentos", sublinha o juiz T.H. Madala.

A activista saharaui é recebida nessa mesma tarde no Cabo pela ministra dos Negócios Estrangeiros, senhora Dlamini Zuma, que reafirma "a posição de princípio do seu país a favor do direito do povo saharaui à autodeterminação e à independência, mas também à determinação da África do Sul em empreender todas as medidas e esforços necessários para pôr termo a este problema " de descolonização inacabada.

23.06.06: A activista saharaui anima em Pretoria uma conferência organizada pelo Instituto sul-africano para a África (AISA) e o Instituto para o diálogo global (IGD), sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados do Sahara Ocidental. Cerca de três dezenas de investigadores, professores, universitários e membros do corpo diplomático na África do Sul assistem à conferência, a qual teve a abertura da senhora Chaela Bunwaree, Presidente do Departamento de Investigação do AISA.
De seguida, Aminatou Haidar é recebida pela vice-ministra sul-africana dos Negócios Estrangeiros, Aziz Pahad e reune com o Presidente da Comissão sul-africana dos direitos do Homem, Narandan Jody Kollapen, o qual é acompanhado pelo Director executivo, Tseliso Thipanyane, e por outros altos quadros sul-africanos.

25.06.06: Aminatou Haidar encontra-se no Domingo com o Presidente das Igrejas anglicanas e arcebispo da Cidade do cabo, reverendo Njongonkulu W.H. Ndungane. De seguida visita a antiga prisão de Robben Island onde Nelson Mandela esteve preso.

27-28.06.06: O secretário-geral do Partido Comunista sul-africano, Dr. Blade Nzimande, afirma, ao receber a activista saharaui, que o apoio do seu partido à "vossa luta legítima pela independência é incondicional".
No dia seguinte, é a vez do secretário-geral do Congresso Nacional Africano, Kgalema Motlanthe, que afirma, ao receber Aminatou, que a luta do povo saharaui "pela liberdade é também a nossa luta e à qual nós devemos um apoio total". A activista saharaui firma em seguida no Museu Hector Petersen, no Soweto (Joanesburgo), uma geminação simbólica entre aquele bairro sul-africano e o bairro saharaui de Maatallah, dois símbolos da resistência e da luta pacífica contra a opressão e o colonialismo nos dois países africanos. [-->
quelques photos - some pictures - algunas fotos]

RECURSOS NATURAIS

18.06.06, Telecomunicações (UIT)
O pedido de Marrocos junto da União Internacional das Telecomunicações (UIT) para a instalação de estações de comunicações rádio no Sahara Ocidental foi rejeitado. O parecer jurídico da UIT, durante uma conferência regional de Telecomunicações via rádio, que se realizou no dia 15 de Junho em Genebra, estabeleceu que o facto de instalar estações de comunicações audio-visuais no Sahara Ocidental e atribuir-lhes uma sigla indicadora de pertença do território a Marrocos era inaceitável. O parecer jurídico estima que o Sahara Ocidental « é uma região que não pertence ao território de Marrocos segundo as decisões das Nações Unidas.»

23.06.06, petróleo
A Kosmos Energy, uma sociedade sedeada em Dallas, EUA, comprou a licença de exploração para a região de Bojador, que cobre uma superfície de 44'000 km2. [
Upstream]

24.06.06, petróleo
O Presidente da RASD Mohamed Abdelaziz recebeu na sede da presidência o director da companhia petrolífera britânica Comet Oil, Malcom Groom. A Comet oil firmou, juntamente com outras sete companhias petrolíferas, em Março do corrente ano, em Londres, um acordo de cooperação com a RASD e optou pelo bloco denominado "Guelta".[SPS]

REFERENDO

19.06.06, União Europeia
Respondendo a quatro questões colocadas por Raül Romeva i Rueda (Verdes/ALE), Iratxe García Pérez (PSE), Karin Scheele (PSE), Antonio Masip Hidalgo (PSE) e Willy Meyer Pleite (GUE/NGL) relativamente à sorte dos activistas saharauis presos no Sahara Ocidental, a Comissão declara ter conhecimento dos factos. Sublinha ter pedido explicações ao governo marroquino, mas estima que Marrocos fez progressos no respeito pelos direitos humanos (!!). A Comissão vai seguir de perto a evolução pelo respeito dos direitos humanos por todas as partes envolvidas no conflito.

21.06.06, Espanha
A Comissão dos Negócios Estrangeiros do Congresso rejeitou a proposta de reconhecimento da RASD, apresentada pelo grupo ERC (Esquerra Republicana de Catalunya), provocando assim uma ruptura no habitual consenso dos grupos parlamentares sobre o conflito do Sahara. O PSOE, o PP e a CiU opuseram-se à proposta.

22.06.06, Madrid
O parlamento regional da Comunidade autónoma de Madrid condenou por unanimidade a repressão exercida por Marrocos contra o povo saharaui, aprovando uma proposta da IU (Izquierda Unida), apoiada pelo PSOE e pelo PP, que exprimia assim o seu apoio ao direito à autodeterminação.

22.06.06, ONU
Um jornalista perguntou ao Secretário-geral da ONU, durante uma conferência de imprensa em Genebra, se ele contava relançar as medidas de confiança e se Van Walsum allait iria visitar a região em breve. Kofi Annan respondeu que o seu representante especial "não tem a intenção de visitar a região em breve, mas que ele irá quando for necessário." Acrescentou esperar "que as visitas familiares possam recomeçar". No que concerne à Argélia, Annan declarou que este país "tem uma posição clara, afirmando que ela não faz parte do conflito; é um país vizinho, que está pronto a ajudar e a discutir com as partes, mas há que sublinhar que é um país vizinho e que não deve ser tentado implicá-lo na questão. Referiu que o dossiê é seguido de perto. O Conselho de Segurança acompanha-o e espero que se possa fazer as partes implicadas progredir um pouco neste processo." [
UN]

24.06.06, Modena, Itália
O Conselho comunal de Modena (Emilia Romana) apelou ao Governo italiano que reconheça a RASD e que desenvolva acções diplomáticas e políticas concretas junto da União Europeia para o reconhecimento deste país. [SPS]

25.06.06-02.07.06, 7.ª cimeira da União Africana, Banjul, Gâmbia
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Mohamed Salem Ould Salek, à frente de uma delegação saharaui, toma parte na reunião do Conselho executivo (Conselho de ministros), que se realiza dois dias antes da cimeira anual de chefes de Estado e de Governo, prevista para os dias 1 e 2 de Julho. O Presidente da RASD, Mohamed Abdelaziz, chega a 30 de Junho a Banjul.

A questão do Sahara Ocidental é tratada no relatório da Comissão africana, apresentada ao Conselho executivo pelo seu presidente, Alpha Oumar Konaré. O relatório sublinha que a situação em que se encontra o processo de paz no Sahara Ocidental "merece a maior atenção por parte da comunidade internacional, a qual deve agir com urgência para permitir ao povo do Sahara Ocidental exercer o seu direito à autodeterminação, em conformidade com a legislação internacional e as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas". O relatório sublinha que a UA permanece "preocupada" perante o impasse persistente na qual se encontra o processo de paz, "o que causa cada vez mais e mais frustração ao povo do Sahara Ocidental".

O representante do Senegal, com o apoio do Gabão e do Burkina Faso, tenta pôr em causa uma parte do relatório. A maioria dos ministros (20 contra três) pronuncia-se a favor do apoio ao direito à autodeterminação do povo saharaui

O ministro marroquino dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Mohamed Benaïssa, está na cidade de Banjul desde o dia 28, afadiga-se em querer ganhar para a sua causa países africanos que poderiam apoiar as posições marroquinas no Comité executivo. É a primeira vez que Marrocos envia o seu ministro dos Negócios Estrangeiros a cidades onde se realiza uma cimeira da União Africana para travar uma batalha diplomática sobre o Sahara Ocidental, desde que bateu com a porta da organização em 1984 no seguimento do reconhecimento da RASD pela organização panafricana. [SPS]

30.06.06, Kofi Annan
O secretário-geral da ONU avista-se em Casablanca com o primeiro-ministro marroquino, Driss Jettou, a fim de discutir o conflito do Sahara Ocidental.

MARROCOS

25.06.06, Bruxelas, conferência - debate
O representante da Frente Polisario na Europa, Mohamed Sidati, participa ao lado de representantes dos movimentos marxistas-leninistas marroquinos Ilal Amam e Ennahj Eddimocrati, A Via Democrática, numa conferência-debate organizada pela União dos Jovens Progressistas Árabes (UJPA) da Bélgica. Para M. Menebhi, co-fundador do Ilal Amam, "a luta dos povos saharaui e marroquino é comum. Ela é dirigida contra o regime makhzénien que continua a reinar como uma epidemia", um regime que constitui, afirmou, um "obstáculo à edificação de um Magreb dos povos incluindo o povo da RASD".

26.06.06, jornada das Nações Unidas contra a tortura
A secção marroquina da Amnesty International afirmou, em conferência de imprensa por ocasião do dia das Nações Unidas contra a tortura, ter instado o chefe do Governo '' assinar um protocolo facultativo à convenção contra a tortura'', que permita às ONG visitar os centros de detenção. As ONG marroquinas de defesa dos direitos do Homem acreditam que a prática da tortura em Marrocos ''ganhou proporções alarmantes no decurso destes últimos meses ''. A Associação Marroquina de Defesa dos Direitos Humanos (AMDH) referiu casos de tortura e de assassinatos em comissariados de polícia e da gendarmeria para ''arrancar pela força confissões''. ''Várias pessoas foram mortas sob a tortura nestes últimos meses, entre as quais Hamdi Lembarki em El Ayoun (Sahara Ocidental), Larbi Souabni em Mohammadia, Adil Zayati e Abdelghafour Haddad em Salé'', afirma esta ONG.

DIREITOS HUMANOS

22.06.06, Desmentido
O presidente da AMDH, Abdelhamid Amine, desmente os propósitos que lhe haviam sido atribuídos pela MAP, a agência noticiosa oficial marroquina, a propósito dos acontecimentos de Tindouf. Abdelhamid Amine declara que a AMDH denuncia todas as violações perpetradas seja do lado marroquino seja do lado da Polisario, e pede ao ACNUR que envie uma delegação para inquirir de maneira objectiva o que se passou.

AJUDA HUMANITÁRIA

19.06.06, Dia dos Refugiados
"Gostaria de lançar um apelo, nomeadamente aos Estados e dadores de fundos internacionais, para que aumentem a ajuda aos refugiados saharauis", afirma, em entrevista à APS, o representante do ACNUR na Argélia, Peter Van Der Vaart
"O ACNUR tem um programa de ajuda de base para os refugiados saharauis assente em vários sectores, de um montante anual de cerca de 2 milhões de dólares ", afirmou, lamentando que o seu organismo "não o consiga financiar inteiramente ". Relativamente à ajuda alimentar, Van Der Vaart revela que o ACNUR procura estabelecer, em conjunto com o PAM, até ao final do ano, "um plano de acção para uma alimentação de qualidade em proveito, nomeadamente, das crianças e das mulheres ", com o objecto de prevenir problemas ligados à má-nutrição. Acrescentou que o ACNUR tem em vista na entrada do próximo ano escolar 2006-2007 fornecer às crianças saharauis diverso material escolar.

Em breve

INTERNET

NECROLOGIE

François Beslay (1921-02.06.06)
En novembre 1943, il prend le commandement du groupe nomade de Chinguetti à Fort Trinquet. Il poursuit sa mission dans les zones de parcours des Réguibats, au voisinage du Rio de Oro et de la Saguiet el Hamra, en assurant le commandement du quartier de Bir Moghrein de 1945 à 1947. En 1956, il rejoint l'état-major à Saint-Louis du Sénégal au sein duquel il jouera un rôle essentiel pendant l'opération « Ecouvillon » qui permet de neutraliser la tentative de déstabilisation des confins marocains, du Rio de Oro et de la Mauritanie par l'Armée de Libération du Sud. Il retrouve la Mauritanie en 1959 aux côtés du président Moktar Ould Daddah. Il met sur pied la jeune armée mauritanienne dont il est le premier Chef d'Etat-Major. Il consignera notamment l'expérience vécue au cours des quelques treize années qu'il a partagées avec les populations de la Mauritanie dans l'ouvrage « Les Reguibats, de la paix française au Front Polisario. » publié en 1984 par les éditions de l'Harmattan. (d'après Soumbala)

NOVAS PUBLICAÇÕES
[É possível que existam links com diversos jornais que deixem de estar em funcionamento ao fim de alguns dias]

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