SAHARA OCIDENTAL

ACTUALIDADES SEMANAIS 2005

original:frances

SEMANAS 25 - 26

19. 06. - 02.07.05

 

RASD

03-10.06.05, minas antipessoal
Convidada pelas autoridades da RASD, uma delegação da Appel de Genebra visitou as zonas da RASD afectadas pelas minas e reuniu com "as autoridades políticas e militares saharauis, a MINURSO, ONG e vítimas das minas". Em comunicado, a Appel de Genebra afirmam no seu regresso da missão que as autoridades saharauis manifestaram a sua disposição de aderir à Convenção sobre a interdição e a destruição de minas anti-pessoal. "A Appel de Genebra espera que Marrocos, país não signatário da Convenção de Otava, encorajará também as actividades de desmantelamento dos campos de minas no Sahara Ocidental... É urgente e essenciall que Marrocos adira à Convenção de Otava", conclui o comunicado. [Press release,
english]

18.06.05, nova carta à ONU
O Presidente saharaui escreve pela segunda vez num curto espaço de tempo uma carta ao secretário-geral da ONU para criticar a passividade da organização internacional face "à situação precária que prevalece na zona ocupada" e para pedir "a intervenção urgente da ONU". Mohamed Abdelaziz refere que "as autoridades coloniais marroquinas compraram milhares de vestes tradicionais saharauis para as distribuir aos agentes da administração e forças marroquinas, a fim de organizar [pseudo-]manifestações".

25.06.05, reconhecimento
A República do Quénia e a RASD anunciam em comunicado conjunto a partir da capital queniana, o estabelecimento de relações diplomáticas ao nível de embaixadores entre os dois países. Marrocos chama o seu embaixador em Nairobi para "consultas".

TERRITÓRIOS OCUPADOS E SUL DE MARROCOS

As manifestações populares, que tiverem início a 21 de Maio, prosseguiram em El Ayoun, Smara, Dakhla e Assa. Detenções brutais de defensores dos direitos humanos, torturas, intimidações e espancamentos prosseguem. Os processos judiciais tiveram início e os juízes, às ordens do poder, ditam sentenças de condenação totalmente desproporcionadas e não conformes com a jurisprudência.

Novos wali (governadores de província) são nomeados pelo rei tendo em conta o aspecto da segurança.

A campanha pela libertação dos presos políticos saharauis arrancou entretanto.

Em Espanha, onde a população e os meios políticos manifestam particular preocupação, a polémica estalou. Uma terceira e uma quarta delegação de eleitos (autarcas, deputados nacionais ou regionais…) são expulsos do aeroporto de El Ayoun. A posição do governo socialista, fortemente contestada, torna-se de dia para dia cada vez mais desconfortável. A decisão de enviar uma comissão parlamentar ao território detonou a discussão sobre a questão fundamental da soberania sobre o Sahara Ocidental. Facto novo, os EUA repreendem Marrocos e criticam a sua atitude no domínio dos direitos humanos.

Não obstante o bloqueio informativo montado por Marrocos, alguns jornalistas conseguem penetrar no território e relatar para o exterior. [rechercher dans Sahara Info]

CRONOLOGIA

19.06.05, El Ayoun - expulsão
Manifestação de colonos e polícias marroquinos, trajados com as vestes tradicionais saharauis, organizada pelas autoridades de ocupação na pista de descolagem do aeroporto de El Ayoun à chegada de uma delegação das Astúrias. Os manifestantes, enquadrados pelas forças da polícia e funcionários, aproximam-se do avião empunhando pancartas, bandeiras marroquinas e fotografias do rei, insultando os membros da delegação aos gritos de Sahara marroquino, Viva Marrocos, fora, fora!
Os defensores saharauis dos direitos humanos denunciam em apelo urgente o saqueamento das instalações da Associação das vítimas das violações dos direitos humanos no Sahara Ocidental e a confiscação dos seus arquivos.[
Communiqué du Collectif des Défenseurs des Droits de l'Homme Sahraouis «Territoires Occupés du Sahara Occidental» 18.06.05] [An Urgent appeal, The Sahrawi human rights activists].

20.06.05, El Ayoun
Primeira apresentação de 7 detidos saharauis diante do tribunal. Todos eles defendem perante o juiz o direito dos Saharauis à autodeterminação.

171 presos políticos saharauis iniciam uma greve da fome de 48 horas em solidariedade com Aminatou Haidar exigindo a sua libertação imediata. Os presos saharauis das prisões marroquinas de Tiznit, Aït Melloul (Agadir), Salé, Kénitra e Boulemharez (Marraquexe) juntam-se ao movimento.

22.06.05, Amnistia Internacional
Por ocasião da abertura do processo dos manifestantes saharauis, a Amnesty International «convida o governo marroquino a zelar que todas as informações dando conta de actos de tortura e de maus tratos infligidos aos detidos sejam objecto de inquéritos exaustivos e imparciais, e que todas as pessoas acusadas possam beneficiar de processos imparciais.» A secção norte-americana da A.I. denuncia os actos de tortura e os maus tratos infligidos pelas forças da polícia. [
Communiqué]

22.06.05, Nomeações
O rei nomeia novos wali/governadores. Para a "região de El Ayoun-Bojador-Saguiat-el-Hamra", Charki Dreis (Drais) substitui Mohamed Rharrabi. O novo governador é próximo de Mansouri, chefe da DST, a direcção de vigilância do território (serviços de informação). Fora já nomeado num cargo de responsabilidade às ordens de Driss Basri, sendo na altura investido como governador-director "encarregado dos assuntos de pessoal de autoridade no ministério do Interior", e depois director dos assuntos gerais na administração central de 1999 a 2004.

À cabeça da "região de Oued Eddahab-Lagouira" (localidade que continua a ser ocupada pela Mauritânia!), é nomeado o actual embaixador de Marrocos na Noruega, Mohamed Saleh Tamek, um parente próximo de Ali Salem Tamek. Ahmed Himdi é designado para dirigir a "wilaya de Guelmim-Smara", em substituição de Amine Demnati.

É pois a preocupação da segurança que está por detrás desta decisão do rei, em vez do desenvolvimento económico de que estava encarregado Rharrabi, desenvolvimento que deveria ter feito esquecer as sirenes independentistas mas que visivelmente fracassou. Segundo Maroc Hebdo 657, citando um homem de negócios estabelecido em El Ayoun, a "Nossa região vive actualmente uma crise económica sem precedentes " e o desemprego "pode atingir 50% da população".

Em entrevista ao enviado especial do El Mundo, o novo wali de El Ayoun minimiza as manifestações, «obra de 150 pessoas» - afirma. Segundo ele, a polícia não cometeu nenhum abuso e as pessoas detidas perturbaram apenas a «ordem pública»..[Sahara-info 28.06.05 ultimo articulo]

22.06.05, El Ayoun
Confrontos entre manifestantes e polícias na avenida Skeikima, diante da casa de Aminatou Haidar.

22.06.05, Assa
Manifestação pacífica da população desta localidade do sul de Marrocos, em sinal de solidariedade com a população dos territórios ocupados, empunhando bandeiras da RASD e gritando palavras-de-ordem a favor da independência do Sahara Ocidental e a libertação de Aminatou Haidar e de outros presos políticos. A bandeira marroquina é queimada, acto passível de uma pena de prisão efectiva 6 meses a 3 anos e uma multa de 10.000 a 100.000 DH, pena esta associada a interdição de exercer um ou vários direitos cívicos e proibição de deslocação de 2 a 10 anos. Esta lei foi decretada pelo governo no dia 22 de Junho, em reacção aos acontecimentos de El Ayoun. [Sur l'atteinte aux symboles nationaux ver
L'économiste]
Como habitualmente, as forças da polícia intervieram de forma brutal, utilizando bastões, gás lacrimogéneo e balas de borracha. A intervenção policial provoca doze feridos e várias detenções.
fotos]

Para a MAP (agência noticiosa marroquina), mais não é que : «... uma concentração de cerca de uma hora realizada na manhã de quarta-feira por cerca de cinco dezenas de estudantes, que, desiludidos de não poderem aceder aos exames de bacharelato, reclamavam o direito de ver as suas notas...».

23.06.05, El Ayoun, tribunais
10 detidos comparecem perante o tribunal. Trata-se de Ayub Lehbib (26137), Radi Maelainin (26138), Leboihi Jatar (26139), Alouat Sidi Mohamed (26141), Rahali Hamou (26142), Farah Bachir (26143), Taoubali Elhafed (26145), Day Abdelaziz (26147), Mahmud Abah (78479, preso em Marraquexe), Bay Bachir. Os detidos reclamam o estatuto de presos por delito de opinião e refutam todos os crimes de que são acusados. Reclamam a presença de observadores intercionais. Os advogados solicitam o adiamento da sessão para o dia 5 de Julho, o que o tribunal aceita. A saída do tribunal, os presos gritam slogans reclamando o direito à autodeterminação, e dão vivas à República saharaui e à Frente Polisario. Os membros do GUS intervêm de forma violenta.

Ao fim da tarde, 6 presos políticos são apresentados sem pré-aviso diante do tribunal de primeira instância, são condenados a penas que vão de 1 a 5 anos de privação de liberdade, sem respeito pelo procedimento legal nem a assistência de um advogado de defesa. Abderrahman Bougarfa, 53 anos, pai de 10 filhos, habitante do campo de Shaila, em El Ayoun, militante dos direitos humanos, é condenado a 5 anos de prisão efectiva por "participação num confronto armado". Chiahou (Chyaho, Achiah) Brahim, 26129, e Chrih (Achrih) Hamou (Hamma), 26128, são condenados a 3 anos de prisão efectiva e a uma multa de 200 DH por «violência contra funcionários no exercício das suas funções, uso de armas e sabotagem de bens privados», Azley (Izili, Azili) Abdellah, 26131, e Salami (Sellami, Soullami) Mohamed Salem, 26130, são condenados a 2 anos de prisão efectiva e Saaidi Salek, 26132, jovem doente mental, a 1 ano de prisão com pena suspensa.

Apelos e declarações
Ali Salem Tamek, desde Barcelona, lança um apelo ao povo, às associações da sociedade civil e ao governo sueco para proteger a população saharaui.[
appel]

O Prémio Rafto 2002 dos Direitos humanos, Sidi Mohamed Deddech, faz o mesmo apelo mas dirigido à fundação norueguesa Rafto e a outras organizações similares através do mundo para exigirem ao governo marroquino a libertação "imediata e incondicional dos presos políticos saharauis".[appeal]

A Fundação Rafto e 12 ONG norueguesas dirigem-se a 28 de Junho ao seu governo para que faça pressão sobre Marrocos para pôr termo à repressão. [statement]
Parlamento europeu: 104 eurodeputados subscrevem uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, pedindo-lhe para "fazer pressão junto de Marrocos para que este país cesse imediatamente a repressão que exerce sobre os civis" saharauis. (23.06.05) [
texto e signatários]

A porta-voz dos Verdes europeus exprime a 29 de Junho a preocupação deste partido face ao que qualifica de "grave repressão marroquina" no Sahara Ocidental, e condena o bloqueio informativo imposto ao território saharaui pelas autoridades coloniais marroquinas. (SPS) No mesmo dia o presidente do grupo socialista no Parlamento europeu, Martín Schulz, pede ao presidente do Parlamento Josep Borrell o envio durante o mês de Julho de uma delegação de eurodeputados ao Sahara Ocidental, a fim de evitar uma "verdadeira intifada".

Itália: Em Itália, a Refundação Comunista insiste na necessidade de conceder ajuda ao povo saharaui e condena a repressão marroquina. Os Democratas de esquerda (DS) exprimem a suas vivas inquietações sobre a política de repressão que se abate há várias semanas no Sahara Ocidental. O responsável das relações internacionais da Confederação Geral do Trabalho (CGIL), Titti Di Salvo, apela ao Governo italiano e à União Europeia que intervenha junto de Marrocos para "pôr termo à repressão e a favorecer uma negociação que garanta a paz e a independência do Sahara Ocidental".

França: O Partido Comunista exprime a 29 de Junho a sua emoção e consternação. [Apela] às autoridades francesas e europeias a tomar iniciativas que se impõem a fim de aliviar as tensões e a obter de Marrocos o empenhamento firme da aplicação do plano da ONU e a organização de um referendo de autodeterminação no mais breve prazo possível. [Déclaration]

Na Dinamarca, o deputado Rune Lund, porta-voz para a política externa da Aliança vermelha-verde (Enhedslisten) apoiam em declaração a luta do povo saharaui pela sua independência e condena as violações dos direitos humanos no Sahara Ocidental.[Statement of Enhedslisten Danmark, 30.06.05]

24.06.05, Smara
Familiares dos estudantes presos em Casablanca, militantes dos direitos humanos e simpatizantes da causa da autodeterminação reúnem-se para exigir a libertação dos presos políticos e condenar a repressão. Ouvem-se slogans «Sim à autodeterminação», «Valas comuns em Mahbès e Chdéria» (numa alusão à repressão marroquina), etc. Contam-se vários feridos após a já habitual e brutal intervenção das forças da polícia, que ocorreu um quarto de hora após o início da concentração.

26.06.05, Expulsão
Uma delegação de deputados andaluzes, professores universitários, um sindicalista e representantes das associações de solidariedade com o povo saharaui aterra em El Ayoun na qualidade de observadores dos direitos humanos. Os governos espanhol e marroquino são informados dessa intenção, e o ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol afirma à delegação que a sua vista "não é oportuna".

27.06.05, Dakhla
Basta que alguns jovens empunhem num telhado a bandeira saharaui para que a polícia intervenha e os prenda. Mas isso marca o início das manifestações e das confrontações. Contabilizam-se 18 feridos, entre os quais o presidente do Comité local contra a tortura. São feitas muitas detenções e várias casas são saqueadas.

Dois dias mais tarde, concentração de dois horas diante dos edifícios da administração colonial marroquina para reclamar a libertação dos presos políticos saharauis, o respeito pelos direitos humanos e a organização de um referendo de autodeterminação.

Campanha internacional para a libertação de AMINATU HAIDAR e de todos os presos políticos saharauis

26.06.05, campanha
Um comité de acompanhamento composto por militantes defensores dos direitos humanos do Sahara Ocidental ocupado, ONG dos acampamentos de refugiados e simpatizantes internacionais apela à libertação de Aminatou Haidar e de todos os presos políticos saharauis, o fim da repressão, a condenação dos autores das violações aos direitos humanos, a retirada das forças de polícia das cidades, a livre circulação de observadores internacionais. É publicado um dossiê sobre a militante de defesa dos direitos humanos, antiga desaparecida e presa política 1987-1991, actualmente detida na Prisão Negra, e sobre outras vítimas da repressão policial [
arso], [Cahiers du Sahara Occidental] [AFAPREDESA]

Coma primeira acção é enviada uma carta dirigida ao rei de Marrocos, à ONU e aos chefes de Estado da Espanha e França [>> action urgent à envoyer]

Simultaneamente é realizada uma recolha online de assinaturas de apoio à campanha e às suas reivindicações nos sites arso.org e Cahiers du Sahara Occidental.

Em Valência (Espanha) as associações de solidárias com o povo saharaui montam uma tenda saharaui. 29.06.05) (>> fotos )

Em Barcelona é criado o Comité catalão para a libertação de Aminatou Haidar e de todos os presos políticos saharauis que integra várias organizações de defesa dos direitos humanos, organizações políticas e comités de solidariedade.(30.06.05)

Três eurodeputados do grupo do Partido Socialista europeu, Antonio Masip, Karin Scheele e a portuguesa Ana Gomes (apresentam a candidatura de Aminatou Haidar ao Prémio Sakharov 2005 da liberdade de espírito, o qual é concedido pelo Parlamento Europeu.(01.07.05)

Está marcada para o dia 9 de Julho uma manifestação de solidariedade em Sevilha.

28.06.05, Julgamentos arbitrários
Elhairach Hassanna, de 19 anos, estudante, Bouamoud Ahmed Salem, 18 anos, e Daoudi My Omar, 31 anos, carpinteiro, detidos no dia 25.05., são apresentados a tribunal, acusados de constituição de um bando criminoso, colocação de obstáculos na via pública, violência premeditada contra funcionários no exercício das suas funções (arremesso de pedras, garrafas e de uma botija de gás), uso de armas, participação em concentrações armadas, destruição de uma bandeira marroquina, etc. (ver
semanas 23-24). Os acusados rejeitam as acusações. Elhairach certifica que ele não se encontrava em nenhuma manifestação, que os polícias entraram em sua casa e levaram-no para o comissariado, espancaram-nos e que quando recuperou os sentidos estava no hospital. A sua família só soube do seu paradeiro muitos dias mais tarde. Bouamoud declara que participava numa manifestação pacífica pela liberdade do Sahara, negando ter utilizado a violência ou queimado a bdandeira marroquina. Elhairach é condenado a 20 anos de prisão efectiva, Bouamoud e Daoudi 15 anos de prisão efectiva cada um. Nenhum testemunho foi apresentado pela acusação, nenhuma prova apensa ao processo, apenas as declarações firmadsas pelos acusados extorquidas sob tortura. O tribunal aplicou as leis antiterroristas para dissuadir novas manifestações nos próximos dias. [Marruecos condena a 3 saharauis a 50 años por agredir a policías. Eduardo del Campo, Enviado especial El Mundo, 29.06.05]

30.06.05, Solidariedade
32 presos políticos saharauis detidos desde 21 de Maio de 2005 iniciam uma greve da fome de 48h para protestar contra a detenção de Aminatou Haidar, exigir o respeito pela dignidade das centenas de detidos da "Prisão negra" e denunciar a tortura e as condenações arbitrárias pronunciadas pelo Tribunal de Apelação de El Ayoun.

30.06.05, ainda as declarações
O Parlamento andaluz adopta uma "declaração institucional" na qual exprime a sua "preocupação" face à degradação da situação dos direitos humanos no Sahara Ocidental e reitera o seu apoio ao direito à autodeterminação e à independência do povo saharaui. Os deputados andaluzes lembram que todas as resoluções da ONU reconhecem ao povo saharaui "o direito de decidir o seu futuro através de um referendo de autodeterminação definido pelo Plano Baker, e apoiado por todas as organizações internacionais". [SPS]

O Parlamento da Catalunha toma iniciativa semelhante ao solicitar ao governo central que faça pressão sobre Marrocos a fim de preservar os direitos da população saharaui.

A Western Sahara Foundation USA, dirige uma carta à Secretária de Estado C. Rice: Os EUA devem pedir a Marrocos que cesse a sua ocupação brutal do Sahara Ocidental e permitam a realização de um referendo de autodeterminação.[Letter of US Western Sahara Foundation to Secretary of State Condoleeza Rice.]

Na Austrália, é a secção nacional da Comissão dos Juristas quem exprime a sua profunda preocupação face à situação no Sahara Ocidental. [media release 01.07.05]

As ONG italianas Auser-ONLUS e NEXUS da região de Emilia-Romana exprimem a sua "indignação" face à brutal repressão exercida pelas autoridades coloniais marroquinas contra os Saharauis nos territórios ocupados e em Marrocos. (SPS,01.07.05)

REFERENDO

21.06.05
A União Progressista dos Procuradores espanhóis «reitera o seu apoio incondicional ao direito do povo saharaui à autodeterminação em conformidade aos acordos aceites pelas partes do conflito no quadro da ONU e do Plano de resolução de 1988 e conforme o Pacto dos Direitos Civis e Políticos de 1966", sublinha a resolução do XX.º congresso da organização realizado recentemente em Logrono. (SPS)

22.06.05
O ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros reúne-se em Bruxelas com Kofi Annan e pede-lhe que a ONU se empenhe profundamente para encontrar rapidamente uma solução para o conflito do Sahara Ocidental.

30.06.2005
Durante uma visita ao Parlamento alemão de uma delegação parlamentar saharaui, dirigida pelo próprio presidente do órgão legislativo saharaui, Mahfoud Ali Beiba, o presidente da Comissão da cooperação e do desenvolvimento, Rudolf Kraus (CSU), declara que é tempo de encontrar uma solução para o conflito no quadro das Nações Unidas com base na
resolução 1495 do Conselho de Segurança. [communiqué]

RECURSOS NATURAIS

30.06.05 , Petróleo
Os investidores institucionais noruegueses Storebrand Insurance e KLP Insurance anunciaram que venderam todas as acções da Kerr-McGee, seguindo o exemplo do Fundo Petrolífero norueguês (Junho 2005) e Skagenfondene (Maio 2003). Estas decisões surgem na sequência da campanha desencadeada pelo Comité norueguês de apoio ao povo saharaui. O comité esgrimiu argumentos éticos e jurídicos (direito do mar) tendo por base o envolvimento da companhia petrolífera no Sahara Ocidental. [dossiê recursos naturais[
dossié recursos naturais]]

MARROCOS

05.06.05, Annahj Addimoucrati
O Conselho nacional do partido político marroquino Via Democrática, reunido em Casablanca, «exprime o seu apoio incondicional aos movimentos de protesto e condena a repressão selvagem que se abateu sobre a região; refere que a solução deste problema só pode ser conseguida através de um referendo ou por negociações directas com a Polisario; [pede ] a libertação dos Saharauis detidos e os prisioneiros de guerra dos dois beligerantes ».

22.06.05, Represálias
45 estudantes saharauis de uma cidade universitária de Casablanca são alvo de actos de brutalidade de empregados e estudantes da escola de polícia marroquinos os quais são chefiados pelo próprio director da cidade universitária. Registam-se muitos feridos entre os estudantes, cujos quartos foram devastados. De manhã o director ameaçou as raparigas de violação por parte das forças de segurança marroquinas no caso de elas voltarem a participa em manifestações anti-marroquinas. (SPS) (
fotos)

Em Marraquexe regista-se a detenção de estudante saharaui, Raji Mohamed, no dia 17 de Junho.

30.06.05, EUA-Marrocos
A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, adverte publicamente o rei de Marrocos em não persistir na repressão daqueles que criticam a falta de liberdades e as violações dos direitos humanos em Marrocos. «Não se pode avançar no caminho da democracia sem garantir as liberdades», conclui a nota do Departamento de Estado. [Rice advierte a Mohamed VI de que no siga por la vía de la represión, Pedro Canales, La
Razon, 30.06.05].

ESPANHA

O paradoxo espanhol....
Citação: ...os cidadãos espanhóis desejam deslocar-se a um território de que Espanha é a potência administrante e são expulsos desse mesmo território por um Estado que o ocupa ilegalmente. (Enrique Gomez, Asociación Um Draiga)

Parlamento
As expulsões sucessivas de delegações de eleitos espanhóis (deputados, autarcas, …) que pretendiam entrar no Sahara para avaliar a situação, suscitaram criticas e diversas intervenções parlamentares.

As conversações entre o governo espanhol e marroquino sobre o envio de uma delegação parlamentar oficial provocam igualmente controvérsia. Elas centram-se por um lado nas condições práticas da visita, liberdade de movimento, contactos etc., e por outro na legitimidade de Marrocos em autorizar ou não uma tal visita, o que coloca na ordem do dia o estatuto jurídico de Marrocos, potência ocupante segundo a ONU, e lembra que Espanha, que não concluiu a descolonização do Sahara, continua implicada talvez mais do que aquilo que queria. Apesar das evasivas do ministro de Negócios Estrangeiros espanhol, a Espanha continua a manter o estatuto de potência administrante.

No seu Parecer de direito Hans Correll havia precisado que "o Acordo de Madrid não previa a transferência de soberania sobre o território nem conferia a nenhum dos signatários o estatuto de potência administrante, estatuto este que a Espanha não podia aliás unilateralmente transferir. A transferência de poderes administrativos para Marrocos e Mauritânia em 1975 não teve incidência sobre o estatuto do Sahara Ocidental enquanto que território não autónomo".[PDF]

No que diz respeito a condições práticas, o governo espanhol aceite que seja o parlamento marroquino encarregado pela organização da viagem.

O governo saharui por seu lado, lembra a Morantinos que o seu país continua a ser a potência administrante do Sahara Ocidental, [SPS, 30.06.05]

A Coordenação das associações de solidariedade de Espanha adverte que "a visita de deputados espanhóis ao Sahara Ocidental poderia significar a legitimação do estatuto colonial marroquino".[SPS]

30.06.05, Cimeira hispano-marroquina
Zapatero pede a Marrocos para "facilitar uma solução para o Sahara Ocidental". É, aparentemente, o único resultado do encontro em Madrid do presidente do governo espanhol com o seu homólogo marroquino, Driss Jettou. Madrid prossegue na sua política de boa vizinhança e tolerância face a Marrocos e pede tanto a uma como a outra parte envolvida no conflito sahariano de "procurar uma solução política e um acordo definitivo no quadro das Nações Unidas ".

ARGÉLIA

25.06.05, Expulsão
Dois membros da Associação o Sahara Marroquino, que desejavam deslocar-se aos acampamentos de refugiados saharauis, e quatro jornalistas marroquinos que os acompanhavam para cobrir o acontecimento, são expulsos do aeroporto de Argel. A delegação foi retida durante bastante tempo pelas forças de segurança antes de ser expulsa para Roma.

EM BREVE

03.07.05: O Presidente da República, M. Abdelaziz, desloca-se a Syrta (Líbia) para participar na 6.ª cimeira da União Africana.

FESTIVAL MAGOSTA 2005

1, 2 y 3 de Julio Castañeda - Cantabria: Exposición de fotografías "Sáhara Occidental, la Patria arrebatada", de la ONG Cantabria por el Sáhara, en el auditorio del Palacio Larrinaga, del 1 al 3 de julio mañanas y tardes. Durante las jornadas del festival se proyectarán vídeos documentales sobre el Pueblo Saharaui.

Domingo 3 de julio a las 20:00 horas: RECITAL DE POESIA SAHARAUI, presentación en Cantabria del libro "Los versos de madera" por el poeta saharui LIMAN BOICHA ...y el músico saharui Imbarek Massoud.

- Intifada y violacion de los derechos humanos, conferencia de Ali Salem Tamek, 5 de julio, a 20 horas, Ateneo popular Jiribilla (Paseo de S. Antonio, 11 - Las Palmas). Org.: Plataforma Canaria de Solidaridad con los Pueblos.

INTERNET

NOVAS PUBLICAÇÕES
[É possível que existam links com diversos jornais que deixem de estar em funcionamento ao fim de alguns dias]

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