SAHARA OCIDENTAL

ACTUALIDADES SEMANAIS

original:frances

SEMANA 52

24.-31.12. 2000

 

15.12.00
Fronteira marítima das Ilhas Canárias
A Embaixada de Espanha em Rabat divulgou, através de comunicado, que as informações difundidas por certos órgãos de comunicação marroquinos sobre uma pretensa e recente delimitação unilateral das zonas marítimas em torno do arquipélago das Canárias, realizado por Espanha, carece de qualquer fundamento. As autoridades espanholas, há três anos, fixaram a fronteira marítima das Ilhas Canárias, a denominada Zona Económica Exclusiva (ZEE) das Canárias, em aplicação da regra da equidistância. Marrocos, que solicitou esclarecimentos à Espanha, examina actualmente a resposta espanhola. (imprensa marroquina e espanhola)

19.12.00
Relações argelo-marroquinas
O ministro do Interior argelino, Yazid Zerhouni, desmentiu o rumor segundo o qual o presidente argelino teria sido vítima duma tentativa de atentado, acrescentando que o rumor tinha origem em Rabat e em certos Estados do Médio Oriente, com o objectivo declarado de desestabilizar a Argélia. (imprensa argelina)

25.12.00
Mohamed VI, rei dos pobres
Marrocos está cada vez mais pobre. Em 1998-99, cerca de um em cada cinco marroquinos (19%) vivia na pobreza, contra um em cada dez, em 1990-91 (13,1%). O número de pessoas que vivem abaixo do limiar de pobreza, passou de 3,36 milhões para 5,31 milhões em 1999. Ou seja, em oito anos aumentou o número de pobres absolutos em mais dois milhões. Definições: Um "pobre" vive hoje com menos de 10,90 DH (1 dólar dos EUA) por pessoa e por dia no meio urbano e 8,40 DH ( 80 cêntimos de um dólar dos EUA) no meio rural. (L'Économiste, Marrocos)

27.12.00
Espanha
Em resposta a uma questão colocada por um deputado, o governo espanhol afirma que é «imperioso» que Marrocos e a Frente Polisario ajam «com prudência» no conflito que os opõe. Assegura que vai continuar «a promover uma atmosfera de confiança e de colaboração». Madrid «faz do seu apoio ao plano de paz uma constante da sua política» e encoraja as partes a cooperar com a ONU. (La Provincia)

28.12.00
União Africana
A RASD ratificou o Acto constitutivo da União Africana. Fadel Ismail, embaixador saharaui junto da OUA, entregou a carta onde se dá conta da ratificação ao secretário-geral da OUA. O Acto constitutivo havia sido firmado pelo presidente da RASD em 12.07., em Lomé, quando da última cimeira da Organização de Unidade Africana. (ministério da Informação saharaui)

Rallye Paris-Dakar 2001

O rallye Paris-Dakar, caravana motorizada que desloca mais de 2000 pessoas, goza todos os anos de uma intensa cobertura mediática. Este acontecimento pseudo-desportivo, contestado desde há anos pelos seus negativos impactes ambientais, sociais e humanos, retoma este ano o seu antigo percurso. Propõe-se atravessar, sob protecção do governo marroquino, o Sahara Ocidental ocupado, sem ter em conta o povo saharaui e correndo o risco de desencadear o reinicio da guerra.
O percurso na Europa vai de Paris a Almeria, por Narbonne e a costa catalã. Em Marrocos a caravana vai até Goulimine. No dia 7 de Janeiro deverá atravessar a fronteira marroquino-saharaui ao sul do oásis de M'seyed, para se deter na cidade santa de Smara. No dia seguinte, os concorrentes deixam o Sahara Ocidental atravessando o muro de defesa construído pelo exército marroquino, no local onde este toca ou atravessa o território mauritano, ao norte de Bir-Moghrein.
Após a decisão da Frente Polisario de retomar as armas "no próprio dia em que o rallye Paris-Dakar atravesse a fronteira marroquino-saharaui", (22.12.00, comunicado do ministério da Informação saharaui) os organizadores do rallye recusaram-se a modificar o percurso, afirmando a 23.12.00 que conheciam bem a situação na região e que os governos marroquino e mauritano são os seus únicos interlocutores.
O ministro dos Negócios Estrangeiros marroquino, Benaïssa, declarou a 25 de Dezembro que «Marrocos está determinado a derrotar qualquer tentativa ou qualquer acto que vise atentar contra a sua integridade territorial. Marrocos não permitirá qualquer acto contra a sua segurança e a sua estabilidade sobre a totalidade do seu território, de Tanger a Lagouira (extremo sul do território do Sahara Ocidental)»
O ministro dos Negócios Estrangeiros saharaui, Ould Salek, qualifica estes propósitos de "provocação" que "pretende dar falsas garantias aos organizadores do rallye" e replica que o território do Sahara Ocidental nunca foi reconhecido pela Comunidade Internacional como fazendo parte de Marrocos. (26.12.00,
comunicado)
A Mauritânia reage oficialmente a 27: «Todas as condições de segurança serão mantidas e reforçadas ao longo do percurso em território mauritano.»
Primeira manifestação
Um grande número de saharauis e amigos do povo saharaui manifestaram-se em Barcelona por ocasião da largada dos concorrentes espanhóis com destino a Paris. Em muitas bandeirolas e pancartas podia-se ler: «O povo saharaui não participa no rallye».
São muitas as organizações que já protestaram contra este atentado aos direitos do povo saharaui através de comunicados e apelos ao SG da ONU, assim como aos seus respectivos governos, a fim de impedir o recomeço da guerra e acelerar a realização do referendo de autodeterminação.
Ver página especial:
http://www.arso.org/Paris-Dakar/parisdakar.htm

 

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