SAHARA OCIDENTAL

ACTUALIDADES SEMANAIS
original:frances

SEMANA 41

08.-14.10. 2000

07.10.00
Desaparecidos
Um "Jardim de desaparecidos" foi inaugurado em Meyrin (Genebra), local de memória em honra das vítimas de desaparecimento forçado em todo o mundo. A Associação dos Familiares dos Presos e Desaparecidos Saharauis (AFAPREDESA) participou na inauguração, plantando uma árvore em memória dos desaparecidos do seu país. Mohamed Bennou, ex-preso político saharaui, declarou na ocasião: ''Trago a terra do Sahara Ocidental, país ocupado por Marrocos, onde centenas de Saharauis desapareceram em centros de detenção secretos marroquinos... O desaparecimento forçado é um crime contra a humanidade, mas a inauguração de um jardim de desaparecidos é uma vitória contra o esquecimento, contra a injustiça e a impunidade." Uma delegação saharaui, constituída pela representante da Frente Polisario na Suíça e pelo secretário-geral da UJS, bem como membros do comité suíço assistiram à cerimónia.

08.10.00
Frente Polisario
"O abandono do plano de paz não pode ser considerado outra coisa que não seja a ruptura do cessar-fogo", afirma em comunicado o Secretariado nacional da Frente Polisario, reunido na sua terceira sessão ordinária. (
SPS )

Territórios Ocupados - Marrocos

Detenções
A 05.10., na região de Guelta Zemmour, as forças armadas marroquinas detiveram oito jovens saharauis em circunstâncias ainda não clarificadas. Trata-se de Laroussi Abdel Jelil, Daoudi Mohamed Salem, Boumoud Mohamed, Mohamed Salem ould Velli, Zeghman Mohamed, Nefil ould Boussid e Nefi ould Sidi Hacenna ould Kercha. Quatro pessoas do mesmo grupo conseguiram fugir, mas desconhece-se ainda a sua sorte. As famílias receiam que elas possa ter sido abatidas pelos soldados marroquinos. Trata-se de El Anssari Said ould Mohamed, Ayach Bachir ould Sidi Mohamed, Bachri Mohamed ould Brahim e de Mohamed Lamin ould Mohamed Yahdih. Os jovens aprisionados, com idades entre os 17 e os 20 anos, foram submetidos durante quatro dias a brutais interrogatórios na sede da polícia em El Ayoun antes de terem sido transferidos a 09.10 para a prisão central. São acusados de "emigração ilegal" (
AFAPREDESA, SPS)
Nova detenção
Antigo preso político, recentemente libertado, Ahmed Deya foi novamente detido em El Ayoun e sujeito a tortura. É suspeito pelas autoridades marroquinas de ser um elemento activo da Frente Polisario. (
SPS 10.10.00)

Manifestação
Em El Ayoun, estudantes do liceu El Moussala manifestaram-se protestando contra as práticas repressivas das forças de ocupação marroquinas. Estas actuaram de forma violenta para dispersar a manifestação prendendo cinco estudantes. Os cinco jovens foram espancados antes de terem sido libertados quatro horas mais tarde. (
SPS)

Condenação
Contrariamente ao que tinha sido anunciado, Bahaha Salek ould Mahmoud não foi libertado mas sim condenado a 4 anos de prisão efectiva e a uma multa de 10.000 DH por atentado à segurança do Estado, pelo simples facto de ter querido juntar-se à Frente Polisario. Detido no aeroporto de El Ayoun, no dia 27 de Setembro último, foi presente a um juiz de Agadir dois dias mais tarde, e julgado a 9 de Outubro pelo Tribunal de Primeira Instância de Agadir. Os advogados de defesa denunciaram os vícios processuais invocando a incompetência do tribunal de Agadir, dado que Bahaha Salek reside em El Ayoun e os factos de que era acusado passaram-se nesta mesma cidade. Bahaha Salek está preso na prisão civil de Inzegane, onde se encontram também outros três saharauis julgados recentemente por espionagem a favor da Frente Polisario. (
Comunicado AA RASD, SPS)

Atentado
Dois jovens saharauis, os irmãos Lehbib e Toufah Emhemed ould Labeid, deitaram fogo a uma viatura da polícia marroquina no passado dia 11 de Outubro, na cidade de Smara, tendo-se se servido de uma garrafa de gás que colocaram no interior do veículo. Os dois jovens foram imediatamente detidos e interrogados pela brigada de polícia de Smara, onde se encontram ainda detidos. (
SPS)
Marraqueche
Rajaa Brahim, de 21 anos, estudante saharaui que frequentava o primeiro ano do curso de economia, detido durante os acontecimentos de Maio passado em Marraqueche, condenado no dia 20 de Junho a cinco anos de prisão por ter incendiado uma viatura da administração marroquina (ver semana 26), foi transferido no início de Outubro da prisão de Marraqueche para a de El Jadida, com o objectivo de o manter afastado dos outros estudantes saharauis presos também em Marraqueche.
(corr.)

10.-12.10.00
Ilhas Canárias
O presidente saharaui Mohamed Abdelaziz deslocou-se às Ilhas Canárias, onde manteve encontros com o chefe do governo canário, Roman Rodriguez, qualificados de "frutuosos e interessantes". Em conferência de imprensa dada em Las Palmas, Mohamed Abdelaziz apelou ao governo espanhol a que jogue um papel mais importante a fim de garantir o respeito pelo plano de resolução, dado que a Espanha tem possibilidades e os meios necessários para o fazer. Em Lanzarote, onde inaugurou uma exposição fotográfica, o presidente saharaui afirmou que, quando o Sahara aceder à independência, os pescadores espanhóis não terão os problemas de hoje, resultantes da política continua de chantagem de Marrocos em relação à Espanha quanto aos acordos de pesca. A delegação presidencial reuniu-se em Palmas com representantes das cidades geminadas e com os comités de apoio canários. (
SPS 12.10.00 e 13.10.00)

Imprensa marroquina - citação da semana
"(...) a aceitação pela polisario da terceira via, com o preço resultante do descrédito do mecenas argelino, colocaria Marrocos numa situação bastante delicada. No caso de se produzir, isso implicaria o repatriamento de todos os separatistas para o território, uma redistribuição dos poderes locais em detrimento do actual equilíbrio. Esse dado novo não deixaria de provocar certos desequilíbrios e o reavivar localmente de certos rancores e inimizades.
No caso de uma firme recusa por parte da polisario, Marrocos terá que optar por duas posições. A primeira seria a de manter o estéril statut quo de continuar na expectativa. A segunda, que poderia revelar-se a mais "compensadora", seria Marrocos não esperar pela resposta da "outra parte" e tomar a iniciativa. Uma iniciativa que implicaria a aplicação unilateral de uma larga autonomia com todos as protecções necessárias à manutenção da unidade e à coesão do reino." (
Demain, semanário, 09.10.00, citado pela revista de imprensa da Embaixada de França em Rabat)

 

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