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A ONU sob pressão - a sua
imparcialidade em questão
Osman Hassan está desde 1978 ao serviço da ONU. Ele
trabalhou com entusiasmo na organização da CNUCED e em
muitas missões de manutenção da paz. Entre 1994
e 96 foi comissário de identificação da MINURSO.
Erik Jensen, representante especial do secretário-geral,
concede-lhe em 96 um louvor digno de registo. No recomeço da
identificação dos votantes a MINURSO chama-o de novo.
Recrutado em Novembro de 97, sabe alguns dias mais tarde pelo
serviço de pessoal da ONU que não há lugar para
ele, é-lhe referido que a equipa está completa.
Trata-se de uma falsidade, já que novo pessoal sem
experiência é entretanto recrutado. Osman Hassan toma
conhecimento que, tal como Frank Ruddy, é um dos cinco
comissários acusados por Marrocos de parcialidade. Tal
acusação figura num relatório que este
país distribuiu a apenas alguns países membros da
4.ª comissão da ONU no dia 7 de Outubro de 1996. A
MINURSO pede-lhe por quatro vezes para assumir o seu antigo posto,
mas a sua concretização nunca se chega a fazer. Tenta
então integrar outras operações da ONU, mas o
resultado é o mesmo: o seu dossier desaparece,
«esquecem» de lhe comunicar, por fim as respostas acabam
por ser negativas baseadas em pretextos falaciosos.
A 28 de Junho de 2000, Osman Hassan escreve a Kofi Annan, expondo-lhe
o seu caso. Segundo então afirma, as acusações
que figuram no documento distribuído por Marrocos em 1996
são grotescas e sem qualquer tipo de fundamento. Durante o
período em que exerceu o seu trabalho, nunca ninguém
lhe dirigiu a mais pequena crítica. Mais grave ainda, aquele
antigo quadro da ONU refere que as afirmações
proferidas quando da audição dos candidatos que ele
efectuou foram transmitidas a Marrocos. Acusa concretamente um membro
da comissão de identificação, antigo embaixador
na região, conhecido por ser abertamente pro-marroquino.
Para Osman Hassan, Marrocos tudo fez para afastar os
comissários que não lhe convinham tendo em vista a
identificação das tribos contestadas. Intervindo em
Nova Iorque, através de canais privilegiados, Marrocos
não permitia que os acusados se defendessem, conseguindo o seu
despedimento com maior facilidade. Osman sublinha que nenhum
comissário acusado pela Frente Polisario de ser pro-marroquino
foi alguma vez afastado das suas funções.
O ex-funcionário da ONU acusa os responsáveis pelo
recrutamento das Nações Unidas de abuso de poder,
atentado à imparcialidade e integridade da MINURSO. Essas
pessoas tomaram em consideração acusações
marroquinas, sem que tenha havido qualquer tipo de inquérito
ou arrolamento de provas, fazendo disso uso à revelia da
MINURSO para eliminar os comissários honestos. Para Osman
Hassan, a imparcialidade da identificação está
comprometida.
É nestas condições que a MINURSO vai analisar as
operações de recurso. (ARSO)
20.08.00
Marrocos
A propósito da descoberta de importantes jazidas de
petróleo na região de Talsint (sudeste de Marrocos,
próximo da fronteira argelina), avaliadas entre 1,5 e 2 mil
milhões de barris, o diário marroquino do Istiqlal,
L'Opinion, escreve: «A Europa dará um apoio mais firme a
Marrocos no plano internacional, regional e principalmente na
questão das nossas províncias do Sul. O mesmo se
irá passar em relação aos EUA. A partir de
agora, mostrar-se-ão inclinados a reequilibrar a sua
política na região, dado o facto até de ser um
sociedade americana quem efectuou as prospecções em
Marrocos e que constituirá uma das partes intervenientes na
exploração desses recursos. Washington
reforçará pois o seu papel na resolução
do assunto do Sahara, para que não ocorram derrapagens nas
relações marroquino-argelinas.»
22.08.00
Argélia
A comissão argelina de solidariedade com o povo saharaui
realizou a sua assembleia geral em Argel, tendo aprovado os seus
estatutos e eleito os dez membros da sua direcção. A
senhora Anissa Boumediene foi designada presidente de honra, enquanto
que a senhora Saida Benhabyles foi eleita presidente executiva. Kamel
Rezag Bara e Boudjemaa Souliah foram designados vice-presidentes. O
líder saharaui Mohamed Abdelaziz dirigiu uma mensagem de
felicitações à comissão recém
constituída. (aps)
23.08.00
Vaticano
O Papa João Paulo II recebeu uma delegação de
crianças saharauis de férias em Itália.
(fotos)
23.08.00
Nigéria-Ghana
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Marrocos deslocou-se
Abuja e a Accra no quadro da ofensiva marroquina de pretender retirar
o reconhecimento da RASD por alguns países africanos. Marrocos
e o Ghana irão proximamente reabrir as suas respectivas
embaixadas. (PANA)
24.08.00
Sahara Ocidental ocupado
A concentração de desempregados saharauis prossegue em
El Ayoun. O s manifestantes exigem não só melhores
condições de trabalho, mas também
compensações para as pessoas vítimas de
detenção arbitrária e informações
sobre a sorte dos desaparecidos. Condenam a política de
deslocamento forçado de jovens saharauis para Marrocos e a
colonização sistemática do Sahara Ocidental por
Marrocos.
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existam links com diversos jornais que deixem de estar em
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