SAHARA OCIDENTAL

ACTUALIDADES SEMANAIS

 

SEMANA 25

14.-20.06. 1998

7 de Dezembro: Referendo pela Independência

Lobby marroquino
O jornal norte-americano Washington Post, na sua edição de 26 de Maio, noticiou que Marrocos havia concluído um contrato de 1,2 milhões de dólares com a firma Cassidy and Ass., por um prazo de um ano, para um trabalho de lobbying no Congresso americano. Cassidy and Ass. desenvolver a sua actividade em colaboração com as empresas Boland & Madigan, Inc. e Powell Tate, Inc.

Carta a Kofi Annan (10.06.98)
Em carta endereçada ao secretrio-geral das Nações Unidas e entregue pelo presidente do Parlamento da Áustria, o grupo de amizade austríaco-saharaui coloca uma série de questões concretas relativamente aos observadores autorizados a acompanhar o processo referendrio no Sahara Ocidental.

15.06.98
MINURSO: balanço da identificação

Pessoas identificadas desde Agosto de 1994: 127.472

Pessoas identificadas desde Dezembro de 1997: 67.360

Pessoas convocadas desde Dezembro de 1997: 96.252.

16.06.98
Manifestação em El Aiun

A Associação dos Familiares dos Presos e Desaparecidos Saharauis (AFAPREDESA) anunciou que no dia 13 de Maio um grupo de operrios saharauis manifestou-se pacificamente na cidade ocupada de El Aiun.
Os manifestantes que inicialmente apenas exigiam reivindicações de ordem social, depressa passaram a reclamar o respeito pelos direitos humanos no Sahara Ocidental, as liberdades fundamentais e o direito à autodeterminação e à independência.
A manifestação foi violentamente reprimida pelas forças de segurança, tendo vrios manifestantes sofrido ferimentos. A AFAPREDESA exige que a MINURSO assegure a protecção dos cidadãos saharauis vulnerveis à repressão das forças de ocupação.

16.06.01
AFAPREDSA

A AFAPREDESA denuncia em comunicado divulgado aos órgãos de Comunicação Social «o assassinato pela polícia marroquina» de Khatri Emabrek el-Abd, um ex-desaparecido, de 43 anos de idade, casado e pai de quatro filhos. Em busca de um visto que lhe permitisse partir para a Mauritânia, Khatri deslocou-se a Rabat no início do mês de Junho, onde foi detido pela DST, a Direcção de Segurança do Território.
No dia 11 de Junho, a polícia marroquina informava a família que ele havia falecido em consequência de «uma troca de tiros nas proximidades da fronteira entre Marrocos e a Argélia, na ocasião em que procurava juntar-se à Frente Polisario».
Seu pai, Embarek el-Abd Hamadi, nascido em 1917, figura na lista de «desaparecidos» saharauis. Foi preso em Bir Lahlou (Sahara Ocidental) em Março de1976, na companhia de dois filhos e de outros membros da sua família quando tentavam fugir para a Argélia em viatura.
A AFAPREDESA apela uma vez mais à MINURSO para que proteja os cidadãos saharauis, em particular os que se encontram presos nas prisões secretas marroquinas.

17.06.98
Desminagem

A Frente Polisario denuncia o facto de Marrocos ter praticamente impedido que a unidade sueca de desminagem se deslocasse ao Sahara Ocidental munida do seu material. Pede ao Conselho de Segurança que intervenha com decisão a fim de pôr termo à atitude obstrucionista de Marrocos (Comunicado do Ministério da Informação da RASD)

Relatório da Amnistia Internacional
O recente relatório da Amnistia Internacional sobre Marrocos continua a suscitar grandes reacções no país. No dia 13.06, em entrevista à BBC, o ministro do Interior marroquino, Driss Basri, declarava: «A apreciação da Amnistia Internacional sobre os direitos do Homem em Marrocos não é objectiva». «Não existem presos políticos em Marrocos».
No dia 16.06, Omar Azziman, ministro da Justiça, formulou críticas à AI relativamente ao relatório sobre Marrocos. Confirmou que os dossiers de Abraham Serfaty e de d'Abdeslam Yassine estão actualmente a ser examinados pelo Supremo Tribunal de Justiça, cuja decisão ser conhecida em breve. Interrogado sobre se existem ainda presos políticos em Marrocos, respondeu: «Peço para ver. Se h casos confirmados, trata-se seguramente de uma omissão, que não passam de um erro cometido em 1994, mas não h certamente a situação que figura no relatório da Amnistia».
O governo marroquino decidiu criar uma comissão ministerial encarregada de estudar o relatório da AI, que - segundo fontes bem informadas - ser presidida pelo próprio primeiro-ministro em pessoa.
No dia 19.06 podia ler-se na edição do L'étendard: : "A Amnistia internacional retoma as armas de agressão contra o nosso país"...

18.06.98
Relatório do secretrio-geral da ONU S/1998/534
( english + français + español )
Este relatório intermédio do SG divide-se em duas partes, os factos novos surgidos depois do dia 18 de Maio e as observações feitas. Factos novos: a identificação prossegue actualmente a um ritmo bastante mais rpido. Restam por identificar 20.000 pessoas, podendo o processo estar concluído em Agosto. No que diz respeito às tribos contestadas nenhum progresso foi conseguido, apesar das inúmeras iniciativas diplomticas realizadas. A deslocação da unidade de engenharia paquistanesa e da unidade de desminagem sueca depararam com «alguns problemas». «Os dois aviões que transportavam o pessoal de desminagem sueco não tiveram autorização de penetrar no espaço aéreo nem em território marroquino em Laayoune" (sic). Os aparelhos aterraram em Las Palmas para voltar no dia seguinte... Marrocos informou a MINURSO «que todos os explosivos, armas e munições das unidades militares da MINURSO deviam ser armazenadas nos depósitos das Forças Armadas Reais« (!) A deslocação destas unidades foi suspensa até que seja resolvido este problema crucial.
«Os acordos sobre o estatuto das forças, apresentados a Marrocos no dia 31 de Março de 1998, e à Argélia e à Mauritânia a 3 de Abril de 1998, não foram ainda concluídos. Por seu lado, o Alto Comissariado dos Refugiados prosseguiu os seus preparativos tendo em vista o repatriamento. Tanto a Frente Polisario como os próprios refugiados manifestaram-se preocupados com a falta de preparação das operações de repatriamento. Os locais de repatriamento não foram ainda determinados.
Observações: até ao final do mês de Junho uma solução para o problema da identificação das tribos contestadas deve ser encontrada. A presença do Alto Comissariados para os Refugiados no Sahara Ocidental ocupado dever ser «oficializada» (o ACR tem livre acesso aos acampamentos de refugiados perto de Tinduf). Kofi Annan pede ainda a Marrocos, Argélia e Mauritânia para que firmem rapidamente os acordos sobre o estatuto das forças. Anuncia também que apresentar no próximo relatório um calendrio revisto do período de transição.

19.06.98
Resolução do Parlamento alemão

No momento em que a delegação presidencial saharaui prosseguia a sua visita à Alemanha, o Parlamento alemão adoptava por unanimidade uma resolução em que exprime a sua preocupação perante o atraso provocado por Marrocos na aplicação do plano de paz e exige do governo alemão o apoio por todos os meios à aplicação dos acordos de Houston (Ministério da Informação da RASD).

Novo partido
Saharauis dos territórios ocupados teriam a intenção de criar um partido político nacionalista que defenderia a autonomia regional do Sahara no seio de Marrocos. Segundo um jornalista espanhol, trata-se de uma manobra do governo marroquino. «É a prova - acrescenta o jornalista - de que Marrocos foi incapaz de suscitar a simpatia da maioria saharaui dos territórios ocupados» (ABC, 20.06.98)

SOLIDARIEDADE
No quadro da campanha sindical de apoio ao referendo no Sahara Ocidental desenvolvida pelos sindicatos espanhóis desde h alguns meses, a central sindical Comisiones Obreras (CC.OO.) recolheu entre os seus membros 70.000 dólares, o que lhe permitiu entregar à sua congénere saharaui - a UGTSARIO - sete veículos todo-o-terreno.

NOVAS PUBLICAÇÕES

 


[SOMARIO actualidades semanais ] [Western Sahara Homepage]