ACTUALIDADES SEMANAIS

 

SEMANA 11

08.-14.03. 1998

 

7 de Dezembro: Referendo pela Independência

 

07.03.98
Repatriamento

Mais de sessenta representantes de associações e ONG empenhadas em projectos de ajuda sanitária aos refugiados saharauis e uma importante delegação saharaui conduzida pelo ministro da Saúde, Bachir Mustapha Sayed, participaram numa jornada de trabalho em Vitoria-Gasteiz, no País Basco. O grupo concebeu e adoptou um plano de repatriamento, à luz do espírito e do texto dos acordos de Houston, que permitirá o retorno dos refugiados saharauis no respeito da sua vontade, dignidade e segurança. O projecto foi enviado ao Alto Comissariado dos Refugiados, da ONU, solicitando que a organização o venha a adoptar, aportando-lhe outras contribuições positivas.

08.03.98
Marrocos: «desaparecidos»

Mães e mulheres de cerca de sessenta desaparecidos entre 1963 e 1995 concentraram-se na sede da organização marroquina dos Direitos Humanos reclamando dos poderes públicos que resolvam definitivamente este doloroso problema.

09.03.98
Entrevista do novo líder do Istiqlal Abbas el Fassi, novo líder do partido Istiqlal, ao jornal «Vanguardia» de Barcelona: «Marrocos aceitou a resolução internacional para a organização de um referendo de autodeterminação, mas existe um princípio ainda mais importante: o direito à integridade territorial».

09.03.98
Dunbar na Mauritânia

O novo representante especial da ONU, o embaixador norte-americano Charles Dunbar, teve um encontro com o Presidente da Mauritânia, Maouya Ould Sidi Ahmed Taya. Durante a sua estadia naquele país, Charles Dunbar visitou adelegação da ONU e centro de identificação da Minurso em Zouerat.

10.03.98
Intergrupo parlamentar do Parlamento Europeu "Paz para o Povo Saharaui"

O Intergrupo parlamentar do Parlamento Europeu "Paz para o Povo Saharaui" teve um encontro em Estrasburgo com o ministro dos Negócios Estrangeiros saharaui, Mohamed Ould Salek. A reunião realizou-se no mesmo dia em que o Parlamento adoptou uma recomendação ao Conselho em que se solicita à União Europeia que apoie o Plano de Paz, respalde activamente a organização do referendo, conceda uma ajuda humanitária para o repatriamento dos refugiados e comparticipe com ajuda financeira e com observadores para a MINURSO.

10.03.98
Identificação

A identificação dos votantes esteve interrompida de 27.02 a 10.03 de 1998.
Após mais de 10 horas de conversações, o embaixador Charles Dunbar e o presidente da Comissão de Identificação conseguiram convencer marroquinos e saharauis a recomeçar os trabalhos no dia 11 de Março em relação à identificação dos membros das tribos não contestadas. Seis centros irão progressivamente sendo reabertos. O programa de Março não será integralmente posto em execução já que a Polisario se recusa a aceitar a identificação das pessoas das tribos alvo de contestação. A Minurso está a estudar o problema colocado por estas pessoas que Marrocos quer à viva força incluir no corpo eleitoral.

10.03.98
Conferência de Imprensa em Paris

O responsável saharaui pelas relações com a Minurso declara, em conferência de imprensa em Paris, que as Nações Unidas poderão vir a convocar marroquinos e saharauis para uma nova ronda de negociações durante o próximo mês, em Houston, sob os auspícios de James Baker. M'hamed Khaddad acabava de chegar de Nova Iorque onde teve encontros com o SG da ONU, Kofi Annan, e com James Baker.

12.03.98
Declarações de Kofi Annan

O secretário-geral das Nações Unidas confirma as declarações do representante saharaui: «tivemos alguns sobressaltos e passamos por alguns problemas que não são inultrapassáveis no momento actual (...) James Baker continua a estar empenhado neste processo e sempre estivemos de acordo que, se fosse necessário, ele poderia vir de novo a reunir as partes. Por isso, a possibilidade de um novo encontro em Houston não pode ser excluída», afirmou Annan numa conferência de imprensa no National Press Club, em Washington.

11.03.98
Entrevista do Presidente Saharaui

«É um facto que Marrocos está a tentar apresentar candidatos à identificação que não reúnem nenhum dos cinco critérios acordados. São grupos numerosos de homens da mesma idade – nunca aparecem mulheres – que não passam sequer o primeiro interrogatório sobre a sua origem e a da sua tribo. A manipulação marroquina é notória». «A eventualidade de um referendo que não conduza à independência não faz parte dos nossos prognósticos, mesmo dos mais fantasistas. São os marroquinos os menos seguros quanto ao resultado. Isso explica as suas batotices, as suas manipulações e a presença permanente de 120 mil soldados no nosso território» (La Vanguardia, Barcelona)

11-13.03.98
Visita do Presidente saharaui à Catalunha

Dirigindo-se a um auditório que integrava essencialmente representantes do sector económico e do meio político, Mohamed Abdelaziz traçou em Barcelona o quadro daquilo que virá a ser um futuro Estado saharaui, democrático, moderno, assente no multipartidarismo e na liberdade de iniciativa económica, no qual homens e mulheres tenham o mesmo direito perante a lei e onde a religião e o Estado funcionem e actuem sem interferências.
Questionado sobre a política do novo primeiro-ministro marroquino, Abdelaziz disse esperar de Youssoufi «qualquer coisa de novo. Não cremos acreditar que o novo chefe de Governo marroquino se obstine em querer anexar o povo saharaui contra a sua própria vontade».
Durante a sua estada, Mohamed Abdelaziz tomou contactos com representantes políticos catalães, apelando os seus interlocutores à ajuda económica para reconstruir o território, a que faltam todas as infra-estruturas: «As necessidades são colossais e imediatas» - afirmou. Mohamed Abdelaziz reencontrou-se com o líder da Unió Democrática da Catalunha (UDC), Josep Antoni Duran Lleida, vice-presidente da Internacional Democrata-Cristã (El Periodico da Catalunh, Barcelona)

12.03.98
Primeiro-ministro de Marrocos

Abderramán Youssoufi, primeiro-ministro marroquino, afirmou que o referendo terá lugar em Dezembro próximo, tal como previsto, se a Frente Polisario «não entravar a aplicação do Plano da ONU e se a MINURSO respeitar a neutralidade requerida». Em entrevista concedida a um jornal russo, "NEZAVISSEMAYA-GAZETA" de 12.03.98, o novo primeiro-ministro marroquino, líder do partido USFP, declarou que «o resultado do referendo não porá em causa a soberania e a unidade territorial marroquinas. O Sahara – disse – faz parte integrante de Marrocos».

13.03.98
Detenções

No dia 24 de Fevereiro centenas de pessoas concentraram-se em Lemseyed (Sul de Marrocos) manifestando-se a favor do direito à autodeterminação do povo saharaui. Os manifestantes queimaram a bandeira marroquina e exibiram os símbolos nacionais da RASD. No dia seguinte, quando se preparava uma manifestação semelhante, as forças de repressão marroquinas intervieram com brutalidade, ferindo muitas pessoas e detendo uma centena de manifestantes. Desconhece-se o paradeiro de 22 desses manifestantes, cuja identificação foi divulgada pela Associação de Familiares dos Presos e Desaparecidos Saharauis (AFAPREDESA). Aquela associação saharaui de defesa dos direitos humanos pensa que os detidos se encontram no cárcere de Inezgane, próximo de Agadir. (Communicado AFAPREDESA )

Solidariedade

Astúrias
Foi criada no passado dia 7 de Dezembro de 1997 a Coordenação Asturiana de Apoio ao Referendo. Integram-na representantes dos partidos políticos, de sindicatos, ONG, associações culturais e diversas personalidades. Por ocasião do 27 de Fevereiro, aniversário da proclamação da RASD, a Coordenação organizou um colóquio na Universidade de Oviedo.

Huelva
Todas as associações de amizade com o Povo Saharaui agruparam-se com as cidades geminadas saharauis, o governo provincial, ONG, sindicatos e partidos políticos numa Coordenadora de Apoio ao Referendo no Sahara Ocidental.

 

NOVAS PUBLICAÇÕES

 

Novo na Internet

Associazione Valdarnese di Solidarietà con il Popolo Saharawi, Arezzo, Italie:

http://www.geocities.com/Athens/Olympus/8781/

 


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