SAHARA OCIDENTAL

ACTUALIDADES SEMANAIS

original:frances

SEMANA 47

18. - 24.11. 2001

09-11.11.01
Congresso
O Congresso da IUSY, União Internacional da Juventude Socialista, reunido em Jhoanesburgo, África do Sul, adoptou uma resolução onde pede a Marrocos que ponha termo à sua ocupação do Sahara Ocidental, às violações dos direitos humanos e permita a realização rápida do referendo.
Abraham Serfaty, em declarações prestadas durante o Congresso, afirmou que ele não renegava as suas tomadas de posição favoráveis à República Saharaui produzidas no seu processo de 1977 e que nunca havia aderido ao chauvinismo marroquino. Lançou um apelo aos jovens, saharauis e marroquinos, a entabular o diálogo sob os auspícios da IUSY. O responsável das relações exteriores da UJSARIO declarou-se de imediato disponível para a discussão, pedindo a Serfaty, que trabalha para Departamento marroquino de prospecção de petróleo, que denuncie a exploração ilegal do subsolo saharaui. (SPS)

10-16.11.01
56.ª sessão ordinária da Assembleia Geral da ONU (ver semana 46 )
De entre as declarações produzidas importa realçar a da Tanzânia, cujo representante afirmou que a questão do Sahara Ocidental era uma questão de descolonização e que o povo saharaui tinha o direito de decidir o seu destino através de um referendo. «Tememos que abandonar este processo possa conduzir ao surgimento de acontecimentos lastimáveis», afirmou. O representante do Lesoto afirmou-se triste pela falta de progresso na questão do Sahara, declarando que os acordos de Houston constituem o fundamento da autodeterminação do Sahara.
A delegação saharaui chefiada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Mohamed Salem Ould Salek, manteve numerosos encontros com chefes de delegações participantes na sessão. O Conselho de Segurança examinará a questão saharaui no dia 26 do corrente mês.

15.11.01
Europa
O eurodeputado Isidoro Sánchez propôs que o Conselho da União Europeia que se irá reunir em Laeken, na Bélgica, em meados de Dezembro, examine a proposta de ONU de resolver definitivamente a questão do Sahara.

15.11.01
O rallye Dakar
O partido Esquerda Unida criticou o subsídio concedido pelo município de Madrid ao rallye Arras-Madrid-Dakar.

16.11.01
Direitos humanos
Laroussi Mohamed, Laroussi Bachir e Tounsi Bachir Brahim, três presos políticos saharauis do grupo dos 25 recentemente libertados, foram forçados a escrever uma carta de agradecimento ao rei.

17.11.01
Smara
Violentos confrontos ocorreram quando da dispersão pelas forças policiais de uma concentração diante dos edifícios da administração regional. Dezenas de pessoas foram feridas, algumas com gravidade, tendo cerca de seis dezenas de manifestantes sido presos, dos quais 16 transferidos para El Ayoun onde serão apresentados diante do tribunal, sob a acusação de destruição de bens públicos, agressão aos agentes da autoridade e roubo.
No momento das perseguições policiais várias casas da «Cité de Tan Tan» de Smara foram violadas e os seus habitantes espancados. As forças repressivas marroquinas irromperam mesmo dentro de uma mesquita onde diversas crianças se haviam refugiado.
Em consequência da intervenção das forças da ordem marroquinas foram relatados inúmeros casos de violência e espancamentos.(comunicado BERDHSO, comunicado AFAPREDESA)
O movimento de protesto em Smara dura há já várias semanas, partindo inicialmente de reivindicações sociais (respeito pelas promessas feitas em matéria de emprego), estendendo-se depois aos direitos humanos (petições a favor dos presos políticos) e, por último, ganhando claramente as cores independentistas. Recentemente, a visita do rei à cidade santa do Sahara foi anulada precisamente devido a este movimento de contestação e rebeldia.
18.11.01: O presidente Mohamed Abdelaziz apelou ao Conselho de Segurança, ao SG da ONU e ao seu representante pessoal, James Baker, pedindo-lhes uma intervenção urgente "a fim de suster a sangrenta repressão que se abateu sobre as populações civis na cidade de Smara".
19.11.01: Em comunicado Mohamed Sidati, ministro delegado da RASD para a Europa denuncia com a maior indignação as agressões cometidas em Smara pelas forças de segurança marroquinas, em particular contra mulheres, crianças e idosos. Deplora a passividade da MINURSO face à violência cometida contra as populações civis e pede à UE que intervenha junto de Marrocos.
19.11.01: Estudantes saharauis nas universidades de Rabat e Casablanca condenam "a intervenção bárbara" das forças policiais em Smara em comunicado difundido junto dos media. Proclamam a sua total solidariedade com os seus compatriotas e reclamam a libertação imediata e incondicional de todos os detidos, o levantamento da ocupação militar, o levantamento da interdição aos media às cidades do Sahara e o fim do estado de sítio em Smara.

Outros protestos são difundidos:

21.11.01
Marrocos - reacções
A agitação nos territórios ocupados, que englobam reivindicações sociais, campanhas pelos direitos humanos e aspirações identitárias saharauis, assim como as vítimas resultantes da repressão violenta em Smara entre outros locais, provocaram vivas reacções nos meios políticos de Marrocos. O Forum Vérité et Justice Sahara é acusado de ser o responsável pelos acontecimentos e motins em Smara, sendo-lhe particularmente criticados os contactos que mantem com Danielle Mitterrand. O Partido do Progresso e do Socialismo, PPS, afirma em comunicado que certas declarações produzidas a quando da libertação de Mohamed Daddach e dos outros presos, seriam próximas das teses «separatistas», ao evocarem «o combate das massas saharauis resistentes» e ao limitarem-se a falar apenas de «Sahara Ocidental» sem referiram a sua marroquinidade. O secretário-geral do PPS acrescenta que o FVJ/SAHARA evoca convenções em matéria de direitos humanos e de direito humanitário internacional que deixam subentender que o Sahara é ocupado por uma força estrangeira. As pressões sobre o movimento de defesa dos direitos humanos saharauis intensificam-se, indo o próprio parlamento marroquino pronunciar-se em breve sobre a questão.

21.11.01: A secção Sahara da OADP protesta contra a detenção do seu representante em Smara, Nourredine Darif, acusado de «espionagem» e de «comunicação com organizações estrangeiras». Anuncia «a suspensão da sua actividade política na região, enquanto as condições não forem favoráveis». Este partido governamental, que considera que as autoridades marroquinas procuram impedir as suas actividades no Sahara, critica igualmente a utilização do nacionalismo por certos grupos para seu enriquecimento pessoal e conservação dos seus privilégios.

A organização «Reporters sans Frontières», por seu lado, protestou junto do ministro do Interior contra a detenção e os maus tratos sofridos por N. Darif, correspondente em Smara do semanário Al Amal Addimocrati. O jornalistas está detido na prisão de El Ayoun e proibido de receber visitas. (comunicado )

22.11.01
Goulimine.
Uma manifestação pacífica organizada por centenas de saharauis, que reclamavam o respeito pelos seus direitos mais elementares, como o emprego e o termo da repressão e do arbítrio, foi violentamente reprimida. Pelo menos 17 pessoas foram detidas e torturadas segundo um comunicado do ministério da Informação da RASD.

Espanha &endash; Campanha pelo referendo

17.11.01: O Intergrupo parlamentar «Paz para o Povo Saharaui» das Cortes espanholas, que integra representantes de todas as formações políticas à excepção do Partido Popular no poder, anunciou a intenção de apresentar uma resolução pedindo ao governo que apoie a opção referendária no Sahara.
O Intergrupo esteve reunido no dia 20.11.01 na presença do presidente saharaui, Mohamed Abdelaziz.
21.11.01: Uma delegação de 200 associações de solidariedade com o povo saharaui entregou ao intergupo parlamentar « Paz para o Povo Saharaui» uma petição firmada por 300'000 pessoas. Nela pede-se a intervenção do governo junto da União Europeia em favor do referendo e da defesa dos direitos humanos no Sahara Ocidental, ajuda humanitária aos refugiados e um estatuto diplomático para a representação da Frente Polisario em Espanha.

22.11.01
Petróleo
O governo espanhol vai estudar a questão das concessões petrolíferas situadas no Sahara Ocidental e cedidas recentemente por Marrocos a companhias estrangeiras, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros em resposta a uma intervenção de um deputado das Ilhas Canárias. Foi a extensão destas concessões a praticamente todo o território do Sahara Ocidental e as reservas colocadas, segundo parece, pelo embaixador dos EUA em Rabat que terão desencadeado esta iniciativa.

23.11.01
Declaração de Mohamed Abdelaziz
Em conferência de imprensa em Madrid, o presidente da RASD declarou pronto a encontrar-se com o rei de Marrocos num país neutro, que não seja nem Marrocos nem o Sahara, a fim de tentar encontrar uma solução pacífica para o conflito. Advertiu, no entanto, que a persistência de Marrocos em recusar o referendo de autodeterminação pode conduzir de novo à guerra com o seu cortejo de nefastas consequências.

23.11.01
27.ª Conferência europeia de apoio ao povo saharaui
O encontro anual do movimento de solidariedade inciou os seus trabalhos em Sevilha com a presença de mais de 400 participantes de todos os continentes. Refira-se, entre outras, a presença do presidente saharaui, Mohamed Abdelaziz , Rigoberta Menchu, Prémio Nóbel da Paz, Danielle Mitterand, presidente da Fondation France Libertés, de uma delegação da OUA e do Intergrupo do Parlamento Europeu.
Os organizadores da conferência, face à ameaça de abandono do plano de paz da ONU/OUA, quiseram reafirmar a necessidade de ser organizado o mais rapidamente possível o referendo de autodeterminação, em condições justas e democráticas, como única via para evitar o retorno das hostilidades e garantir os direitos fundamentais das populações da região.
Durante dois dias os delegados trabalharam em grupos de trabalho e elaboraram um plano de acção política, humanitária e de defesa dos direitos humanos.

EM BREVE

Il Comune di Greve in Chianti, il Comitato Gemellaggi, il Comitato "Selma" e l'Associazione "Aiuti Umanitari" organizzano: Saharawi - Un popolo in esilio, Immagini e artigianato. All'interno dell'iniziativa è prevista per domenica 25 novembre 2001 la cena di solidarietà dal titolo "Sapori diversi insieme". La cena si terrà alle ore 20,30 presso il tendone del Circolo ARCI di Strada in Chianti.Il menù previsto comprende: couscous con sugo vegetariano, pasta alla zucca gialla, zighinì eritreo, stufato di mangiatutto e patate, fagioli neri, dolci fatti in casa. Il costo della cena è di 30.000 lire (15,49 euro) per gli adulti e di 15.000 lire (7,75 euro) per bambini e studenti. È possibile prenotare telefonando al Circolo Arci al numero 055 858483 Il ricavato della cena sarà utilizzato per l'accoglienza a Greve, nel mesi di luglio, dei bambini Saharawi e per l'invio ai campi, di aiuti alle famiglie, col volo di gennaio 2002.

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