SAHARA OCIDENTAL

ACTUALIDADES SEMANAIS
original:frances

SEMANA 02

07.-13.01. 2001

Rallye Paris-Dakar

07.01.01

Ruptura do cessar-fogo
A caravana atravessa por volta do meio-dia a fronteira marroquino-saharaui e chega a Smara no princípio da tarde sob forte protecção do exército marroquino. Segundo a BBC , observadores internacionais no sul da Argélia confirmaram importantes movimentações de pessoas dos acampamentos de refugiados em direcção à frente.
De El Ayoun, um correspondente assinala um reforço maciço do dispositivo de segurança, então já impressionante, formado por patrulhas da polícia, e soldados armados nas ruas.
Nos acampamentos de refugiados circulam rumores de um ataque do exército de libertação nacional ao dispositivo militar marroquino. Outros rumores dão conta de uma eventual negociação em que estariam envolvidos a ONU, os organizadores do rallye e as duas partes implicadas, a Frente Polisario e Marrocos. Várias informações coincidentes revelam a existência de reuniões entre as autoridades saharauis e militares argelinos. O general Mohamed Lamari, chefe do Estado Maior do Exército argelino, terá pessoalmente participado nessas conversações. Entre os diplomatas ocidentais acreditados em Argel, fazem-se conjecturas sobre eventuais divergências entre responsáveis argelinos, civis e militares, sobre a oportunidade de romper a trégua instaurada em 1991, o que explicaria as hesitações saharauis. (
La Liberté, 08.01.01, Le Matin, 08.01.01, El Pais, 10.01.01)
Em Barcelona cerca de 500 pessoas manifestam-se contra a passagem do rallye Paris-Dakar através do Sahara Ocidental e a favor da realização do referendo de autodeterminação.

Suspensão das actividades militares
No fim do dia o ministério da Informação saharaui anuncia num comunicado lacónico que "face aos apelos da Presidência da OUA, de países amigos como a Argélia, assim como dos EUA, a Frente POLISARIO decidiu suspender a aplicação de sua decisão tomada a 22 de Dezembro de 2000 no que respeita ao recomeço das suas actividades militares."

Decepção
"A consternação é total entre os saharauis. Tanto entre os civis dos campos de refugiados, que haviam começado a recuperar a esperança, como entre os combatentes que esperavam cada instante com impaciência... Hoje, e enquanto for impedido de retomar o seu combate armado, a Frente Polisario apresenta-se como um movimento vergado, desacreditado... Ontem de manhã, após duas longas jornadas de espera febril e também de alegria, os combatentes que esperavam em Tifariti, debaixo de terra, juntar-se ao teatro de operações, tinham os olhos rasos de água. Jovens e velhos tinham-se preparado como leões, transbordando de um entusiasmo extraordinário e numa fraternidade de luta que prometia ser intensa." (
El Watan, 09.01.01)
"Muitos estudantes e comerciantes saharauis estabelecidos no Magrebe ou na Europa chegaram aos acampamentos de refugiados de Tindouf trazendo a sua ajuda humana e financeira à Frente Polisario... A decisão dos dirigentes da Frente Polisario foi muito mal aceite pela população saharaui, em particular pelas forças armadas e pelos jovens... Todos os nossos interlocutores, após o anúncio do congelamento das operações militares, mostraram-nos a sua oposição através de um silêncio pesado, acompanhado em alguns por tiques nervosos ou por lágrimas." (
La Liberté, 09.01.01)

08.01.01

Estado de guerra
O ministro dos Negócios Estrangeiros saharaui, Mohamed Salem ould Salek, precisa que "a decisão da Frente Polisario de suspender o recomeço das actividades militares não é limitado no tempo, (mas) mas isso não quer dizer que essas actividades não sejam retomadas a 10, a 15 ou numa qualquer outra data... Consideramo-nos em estado de guerra", esclarece perante os jornalistas presentes nos territórios libertados da RASD, acrescentando que "em nenhum caso, negociámos ou sofremos a pressão de quem quer que seja para tomar a decisão de adiar para uma outra data o ataque contra as FAR." (
Le Jeune Indépendant, 10.01.01)
Segundo a agência noticiosa saharaui SPS (09.01.01), a Frente Polisario deverá ter recebido boas garantias de que o plano de paz, bloqueado por Marrocos, seguiria em frente, com a calendarização precisa para a organização sem demora do referendo. O que explicaria a sua decisão tomada no último minuto de suspender as actividades militares. No mesmo sentido se pronuncia o delegado da Frente Polisario em Valência que afirma que os Estados Unidos, a Argélia e a OUA empenharam-se em relançar o processo de paz. (
Las Provincias, 09.01.01)

11.01.01

Carta explicativa
O Comité de Relações Exteriores da Frente Polisario publica uma carta explicativa, na qual retoma em detalhe os argumentos relacionados com sua tomada de decisões dos dias 22 de Dezembro de 2000 e 7 de janeiro de 2001.(em
francês o inglês)

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08.01.01
África do Sul
Em discurso pronunciado por ocasião do 89.º aniversário do Congresso Nacional Africano (ANC), o presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, exigiu uma solução rápida para o conflito do Sahara Ocidental, a fim de que nenhum povo de África seja privado do seu direito à autodeterminação.

08.01.01
Baleares
"Ni un día más" (Nem mais um dia), é a palavra de ordem da campanha pelo referendo de autodeterminação lançada pela Associação dos Amigos do Povo Saharaui das Baleares, com manifestações semanais em diferentes cidades, cadeias humanas, petições e campanhas de envio de postais aos governos regionais e ao governo do Estado espanhol, à Comunidade Europeia e à ONU.

07-09.01.01
Gana
Malaïnine Sadik, embaixador da RASD na Argélia, na qualidade de enviado especial do presidente Mohamed Abdelaziz, tomou parte nas cerimónias de tomada de posse do novo presidente ganês, John Agyekum Kufuor. O diplomata saharaui foi recebido em audiência pelo presidente do Gana, a quem entregou uma mensagem do presidente da RASD, onde eram abordadas as relações bilaterais RASD-Gana e os últimos desenvolvimentos da região do noroeste africano, em particular a actual situação do plano de paz ONU-OUA. Por seu lado, o chefe de Estado ganês transmitiu ao enviado especial saharaui uma mensagem de agradecimento ao presidente Mohamed Abdelaziz e de simpatia ao povo e ao governo saharauis.

10.01.01
Eslovénia
A Associação dos Amigos do povo saharaui da Eslovénia dirigiu uma carta a todos os deputados, ao governo e ao presidente da República, lembrando-lhes a necessidade de apoiarem a organização do referendo.

10.01.01
Irlanda
O primeiro-ministro da Irlanda, país que desde o início de 2001 e durante dois anos ocupará um dos lugares do Conselho de Segurança, deslocou-se em visita oficial a Marrocos. Entre os assuntos discutidos figurava a solução do conflito do Sahara Ocidental. Bertie Ahern precisou, sobre o assunto, que a sua preferência ia para o referendo das Nações Unidas. (
Irish Times)

EM BREVE

27 Fevereiro de 2001: MARATONA DO SAHARA

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